Bombardeios russos em Kiev durante visita de delegação africana
A Rússia lançou uma série de mísseis contra Kiev nesta sexta-feira (16), dos quais 12 foram derrubados pelas forças ucranianas, um ataque que coincide com a visita de uma delegação de líderes africanos em busca de uma saída para o conflito.
De acordo com a Força Aérea Ucraniana, seis mísseis hipersônicos Kinzhal e dois drones de reconhecimento foram derrubados.
O comandante da administração militar de Kiev, Sergei Popko, disse que todos foram interceptados na área da capital.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, esses bombardeios são uma mensagem de Moscou aos mediadores africanos, que devem se reunir com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nesta sexta-feira, e depois com o presidente russo, Vladimir Putin, no sábado.
"Os mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não paz", tuitou.
O prefeito da capital ucraniana informou pouco antes que havia ocorrido uma explosão no bairro de Podil.
"Os mísseis ainda estão voando contra Kiev", acrescentou.
Os jornalistas da AFP ouviram explosões, mas no momento não foi possível verificar se houve vítimas ou danos.
Todo o país entrou em estado de alerta antiaéreo.
"Há ameaças de armas balísticas no centro, leste e oeste, continuem nos abrigos", disseram as forças aéreas ucranianas no Telegram.
A delegação de líderes africanos para mediar o conflito, incluindo o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, esteve em Kiev nesta sexta-feira antes de viajar para a Rússia no sábado.
A delegação visitou Bucha, nos arredores de Kiev e palco de um massacre de civis atribuído ao exército russo.
A África do Sul, criticada por sua posição próxima a Moscou, se recusa a condenar a invasão russa e afirma que quer permanecer neutra e insta ao diálogo.
Os países africanos criticaram a guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022 com menos unanimidade do que as potências ocidentais.
FONTE: Estado de Minas