Brasileira pede desculpas na Indonésia por tráfico de cocaína
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Manuella Vitória de Araújo Farias, 19 anos, brasileira detida por tráfico de cocaína na Indonésia, pediu desculpas ao país ofendido em audiência realizada na última terça-feira, dia 30. A estratégia de defesa busca evitar que a jovem seja condenada à pena de morte ou prisão perpétua. A sentença será anunciada no dia 8 de junho. A Indonésia é um dos poucos países que ainda aplicam a pena capital para casos de tráfico de drogas, e dois brasileiros foram executados na última década por esse crime.
A família de Manuella sentiu-se otimista quanto à possibilidade de uma pena mais leve após o Ministério Público da Indonésia aceitar o argumento da defesa de que a jovem não tinha plena consciência do crime cometido e solicitar uma condenação de 12 anos de prisão. Davi Lira da Silva, advogado da família, afirmou que os parentes estão esperançosos, mas é preciso aguardar a decisão dos três juízes que analisam o caso.
Na audiência, além do pedido de desculpas de Manuella, o advogado local contratado pela família solicitou que sejam levadas em consideração a pouca idade da acusada, a falta de antecedentes criminais e a alegação de que ela foi forçada a transportar a droga sem compreender a gravidade da situação. Manuella foi detida ao desembarcar em Bali, na Indonésia, na noite de 31 de dezembro do ano passado, com duas malas contendo 1,6 kg e 2 kg de cocaína, respectivamente.
De acordo com o advogado, Manuella vendia perfumes e roupas em Florianópolis (SC) e foi cooptada por uma quadrilha de traficantes para levar uma encomenda a Bali. Em troca, pagariam suas despesas e um curso de surfe, seu esporte favorito, no país asiático. Quando a jovem tentou desistir, foi ameaçada pelos criminosos. Manuella é natural do Pará, mas sua mãe reside em Santa Catarina.
Amigos e familiares se mobilizaram nas redes sociais para arrecadar recursos para contratar um advogado na Indonésia e um tradutor. Uma página no Instagram já conta com mais de 3 mil seguidores e compartilha informações atualizadas sobre o processo. A Embaixada do Brasil no país asiático acompanha o caso e oferece assistência consular à brasileira.
Nos últimos dez anos, dois brasileiros foram condenados à morte e executados na Indonésia por tráfico de cocaína. Em maio de 2015, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42 anos na época, foi fuzilado após mais de uma década na prisão. Ele havia sido detido em 2005 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Em janeiro do mesmo ano, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, também foi executado após ser flagrado com 13,4 kg de cocaína camuflados em uma asa delta desmontada.
FONTE: Estado de Minas