Césio-137: comissão faz varredura em mineradora e nada encontra
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) informou nesta quinta-feira (6/07) ao Estado de Minas que a hipótese mais provável em relação ao sumiço das duas cápsulas de Césio 137 de uma área da Mineradora AMG Brasil, em Nazareno, na região do Campo das Vertentes, é de que o material radioativo tenha sido furtado. As condições de segurança da empresa serão investigadas.
A CNEN informou que foi feita uma vistoria com equipamento especial, que detecta radiação em toda área da mineradora, de 300 hectares, e nada foi encontrado. “Os 300 hectares foram varridos, com detectores de radiação. Nada foi encontrado. A hipótese (para o extravio do material) continua sendo furto”, informou o órgão federal.
De acordo com a CNEN, já existe uma equipe do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN em Minas Gerais, no local. “Outra equipe, do Rio de Janeiro, responsável pelo licenciamento e fiscalização está chegando ao local.”
“A equipe do Rio de Janeiro vai apurar as circunstâncias do desaparecimento e verificar as condições de segurança atuais da empresa”, informou a CNEM, que adotou as providências em relação ao extravio das duas fontes seladas de Césio 137 na noite de quinta-feira (29/6), imediatamente após ser acionada pela AMG Brasil.
Césio 137 furtado em Minas: existe risco de acidente similar a Goiânia?A empresa também registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Militar. Além da CNEM, o misterioso sumiço do material radioativo é investigado pela Polícia Civil.
Segundo a assessoria da CNEN, ainda na sexta-feira (30/6), técnicos da comissão foram a campo colher e analisar todas as informações junto com o setor de proteção radiológica da mineradora. Agora, a busca e a localização das cápsulas serão resultado de investigação policial.
As cápsulas de Césio-137 são blindadas por duas camadas de aço inoxidável, além de terem uma proteção de material cerâmico. A classificação de risco é 5 (de acordo com a Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai até 7), considerado baixo pela mineradora, que também informou que o material é componente de equipamento de medidor de densidade.
Conforme revelou o Estado de Minas, o desaparecimento das cápsulas de Césio 137 Nazareno, em Minas Gerais, foi verificado em 23 de junho. A data consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar sobre o caso, registrado em 30 de junho, a pedido da mineradora AMG Brasil.
De acordo com o boletim de ocorrência, numa inspeção feita em 22 de maio, um funcionário da mineradora verificou que o equipamento se encontrava no “local onde normalmente fica guardado”, em condição de segurança. Mas, em nova inspeção, um mês depois, foi constatada a retirada das duas cápsulas com o Césio 137, sendo iniciadas diligências internas pela empresa para a localização do material.
Em referência a uma das cápsulas do material radioativo, no documento da PM, consta ter sido “realizada uma busca física em toda área da empresa, que tem um total de 300 hectares e diversos prédios”, sem que o equipamento tenha sido localizado. No boletim de ocorrência também consta que “a segunda fonte estava instalada numa tubulação de muito difícil acesso”. Mesmo assim, o aparelho foi retirado do local.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da AMG Brasil e solicitou uma posição da empresa sobre a informação da CNEM de que fez varredura com detectores de radiação na área da mineradora e que nada foi encontrado. A empresa ainda não retornou.
FONTE: Estado de Minas