Chefe da AIEA visita Seul em meio a protestos contra despejo de água tratada de Fukushima
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se reuniu, neste sábado (8), com o ministro das Relações Exteriores sul-coreano em Seul, onde centenas de manifestantes denunciaram que o Japão autorizou o despejo de água tratada da usina de Fukushima.
Rafael Grossi chegou à capital sul-coreana na sexta-feira após uma viagem ao Japão, durante a qual sua agência aprovou o polêmico projeto de despejar água da usina nuclear de Fukushima no oceano.
Multidões de manifestantes se reuniram no centro de Seul no sábado para denunciar a análise "insuficiente" da AIEA, enquanto o argentino Rafael Grossi se reunia com o ministro das Relações Exteriores, Park Jin.
Eles seguravam cartazes criticando a AIEA e acusando-a de escrever seu relatório "sob a influência do Japão".
Grossi se defendeu neste sábado apresentando um processo de aprovação "muito minucioso".
"Este é o relatório final completo (...). Nenhum especialista me disse que não estava de acordo com o conteúdo", disse ele em entrevista à agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Os legisladores da oposição sul-coreana também se mobilizaram contra o plano de Tóquio, alguns inclusive fizeram greve de fome. Grossi se reunirá com membros da oposição no domingo no Parlamento.
A Coreia do Sul diz "respeitar" a decisão da AIEA, apesar da rejeição da oposição e dos crescentes protestos no país.
A agência da ONU aprovou esse plano do governo japonês para despejar cerca de 1,33 milhão de toneladas de água contaminada, previamente tratada, armazenada na usina, que está próxima da saturação. A usina de Fukushima foi devastada pelo tsunami ocorrido em 11 de março de 2011.
A agência estimou na terça-feira que este projeto "cumpre as normas internacionais de segurança" e terá um "impacto insignificante na população e no meio ambiente".
O Japão anunciou que o despejo começará neste verão (norte).
FONTE: Estado de Minas