Chega a 19 número de detidos na Venezuela em ‘cruzada’ anticorrupção

21 mar 2023
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Ao menos 19 funcionários públicos e seus "testas de ferro" foram detidos na Venezuela em uma "cruzada" contra máfias dentro da estatal petroleira PDVSA, que levou à renúncia do poderoso ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, informou o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, nesta terça-feira (21).

"Há 19 detidos até o momento e estou certo de que vêm mais", disse Rodríguez durante uma sessão na qual foi aprovado um acordo para apoiar as ações anunciadas na sexta-feira pela Polícia Nacional contra a Corrupção (PNCC).

A corporação, que atua em sigilo, solicitou ao Ministério Público o "encaminhamento judicial" de funcionários que "possam estar envolvidos em graves fatos de corrupção e desvio de recursos".

Entre os detidos está o deputado Hugbel Roa, que teve sua imunidade parlamentar suspensa por "unanimidade" nesta terça, após ter sido preso acusado por atos de corrupção na PDVSA.

"O pedido é de que se retire a imunidade para que o julgamento prossiga", disse o parlamentar e poderoso dirigente chavista Diosdado Cabello, ao expor os argumentos para solicitar a ação contra Roa, próximo a El Aissami, que renunciou na segunda em meio à devassa anti-corrupção.

"Aqui retiramos a imunidade parlamentar de alguns deputados, alguns renunciaram por estarem envolvidos em delitos muito graves como o narcotráfico", sustentou Cabello.

Preso no domingo, Roa, que também foi ministro da Educação Universitária, Ciência e Tecnologia, foi um dos criadores da criptomoeda venezuelana Petro, respaldada nas grandes reservas de petróleo do país.

Ele tinha entre seus "testas de ferro" o empresário Alejandro Arroyo, "dono de uma mansão no Country Club (um condomínio de alto padrão em Caracas), uma imensa frota de caminhonetes e times de futebol", disse à AFP uma fonte ligada às investigações.

"E o grave é que liderava uma rede de prostituição a serviço deste grupo, em que capturavam jovens para que lhes servissem de damas de companhia", acrescentou a fonte.

O presidente Nicolás Maduro, que antes já havia anunciado cruzadas contra a corrupção, questionou nesta segunda que vários de seus colaboradores, hoje detidos, levavam uma vida de "novos ricos" cheia de "extravagâncias".

O promotor Tarek William Saab apontou, por sua vez, que desde 2017, o Ministério Público investigou 27 "esquemas de corrupção" na PDVSA, que resultaram em mais de 200 detidos, entre eles altos gerentes da indústria de petróleo.


FONTE: Estado de Minas


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