COM MANOBRA POLÍTICA DA PREFEITURA DE BH CPI DA LAGOA DA PAMPULHA CHEGA AO FIM SEM APROVAÇÃO DE RELATÓRIO
A última página da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha foi escrita na manhã desta quarta-feira, 12 de julho. A 30ª reunião tinha como finalidade a leitura e votação do relatório alternativo apresentado pela vereadora Flávia Borja, já que no dia anterior o relatório oficial apresentado pelo vereador Braulio Lara havia sido rejeitado após manobra política.
O novo relatório trazido pela parlamentar nem chegou a ser apreciado, pois logo no início da sessão o presidente da comissão, o vereador Juliano Lopes, leu requerimento assinado por Flávia Borja no qual pedia a retirada de pauta do seu próprio relatório alegando “ocorrência de fatos relevantes de protocolo”. Sem colocar o pedido em votação e mesmo sem deferir ou indeferir o requerimento, o presidente declarou encerrada a reunião e se retirou do plenário causando espanto em todos os membros da comissão, que tinham direito a fala e discutiram o pedido.
Neste momento a reunião foi suspensa e os integrantes da CPI se reuniram com a assessoria técnica da Câmara Municipal para saber quais caminhos seguir, pois o presidente não havia aprovado a ata da 29ª reunião e também da reunião que estava em andamento.
Assim sendo, assumiu a presidência da CPI o vereador Henrique Braga (por ser o mais idoso) e conduziu os trabalhos de aprovação das atas e consequentemente de finalização da Comissão Parlamentar de Inquérito da Lagoa da Pampulha.
Bráulio Lara, relator da CPI, explica o sobre o parecer alternativo que seria votado, mas que foi retirado de pauta. “Os diversos servidores que estiveram no plenário, questionando nosso parecer inicial imaginaram que a base do governo estava aqui para defendê-los. Ontem eles apareceram, mas hoje nem deram as caras. Entretanto quando apresentam este parecer alternativo, copiado do meu relatório oficial, viram que apenas dois secretários haviam sido retirados e o restante dos servidores da PBH continuavam no documento. Ficou comprovado com esta manobra que estavam querendo defender uma pessoa específica”.
O relator finaliza comentando o cenário atual. “Fizemos um trabalho minucioso que incomodou muita gente. Foram horas e horas de leituras e investigações dos contratos de recuperação da Lagoa da Pampulha. O relatório está embasado e pronto para ser levado adiante. O ciclo vicioso que se instalou no nosso cartão-postal tem que ter um fim e foi isso que mostramos em nosso relatório. De fato, ele não foi aprovado na comissão por uma manobra política da prefeitura, mas iremos encaminhá-lo ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, além do Tribunal de Contas de Minas Gerais e Ministério Público de Contas de Minas Gerais. Evidente que gostaríamos que o nosso relatório fosse aprovado, entretanto engana-se quem acha que iremos parar por aqui. A Lagoa da Pampulha é um bem tombado e continuaremos zelando por ele”.