Começa julgamento de ex-presidente do Panamá por lavagem de dinheiro
O ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, começou a ser julgado nesta terça-feira (23) em seu país por lavagem de dinheiro, um dos muitos processos abertos contra ele por suspeita de corrupção.
Martinelli, que tentará a presidência novamente em 2024, não compareceu ao julgamento após apresentar um atestado médico por conta de uma operação nas costas, o que não impediu que a juíza do caso, Baloisa Marquínez, determinasse o início da audiência.
"Começa a audiência do caso 'New Business' pelo crime contra a ordem econômica, na modalidade de lavagem de capitais", informou o órgão judicial no Twitter.
A promotoria especializada contra o crime organizado acusa Martinelli e outras 14 pessoas de comprar, em 2010 e supostamente com dinheiro público, a maioria das ações da Editora Panamá América.
Segundo a promotoria, os denunciados utilizaram um esquema complexo de sociedades anônimas no qual empresas distintas teriam depositado um total de 43,9 milhões de dólares (R$ 218 milhões, na cotação atual) provenientes de comissões por contratos com o Estado para obras de infraestrutura durante o governo de Martinelli (2009-2014).
Com parte desse dinheiro, de acordo com a promotoria, Martinelli teria adquirido a empresa, cujos jornais têm, desde então, uma linha editorial muito próxima dos interesses do ex-mandatário.
Por este caso, conhecido como "New Business" - o nome de uma das empresas utilizadas para o esquema -, a Justiça panamenha determinou, em dezembro, que Martinelli fosse a julgamento por suspeita de "lavagem de capitais".
Contudo, o ex-governante, que também é dono de uma rede de supermercados, garante que nunca recebeu "nenhum dinheiro desviado" e que tudo se trata de "perseguição política" para evitar que ele seja novamente candidato à presidência nas eleições gerais de maio de 2024.
Martinelli, de 71 anos, também irá a julgamento este ano por outro caso de lavagem de dinheiro, relativo às propinas pagas pela construtora brasileira Odebrecht.
Além disso, foi indiciado pelo caso "Blue Apple", um esquema de arrecadação de comissões para agilizar contratos durante o seu mandato.
Em 2021, Martinelli foi absolvido em um julgamento por suspeita de espionagem contra opositores políticos.
Apesar das acusações, o ex-presidente realizou os trâmites correspondentes para se candidatar às eleições que acontecem em maio de 2024.
O ex-presidente lidera algumas pesquisas, mas a maioria dos partidos ainda não escolheu seus candidatos, que deverão passar por eleições primárias.
FONTE: Estado de Minas