Comissão aprova inscrição de mineira que lutou por direitos de trabalhadores domésticos em Livro de Heróis e Heroínas da Pátria
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Laudelina de Campos Melo foi pioneira na luta pelos direitos das mulheres, dos negros e das empregadas domésticas. Ela nasceu em Poços de Caldas (MG) em 1904. Laudelina de Campos Melo
Wikipedia O nome de Laudelina de Campos Melo, nascida em Poços de Caldas (MG) e pioneira na luta dos trabalhadores domésticos no Brasil, foi aprovado no Senado Federal para entrar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou o projeto de lei nesta terça-feira (20), segundo a Agência Senado. O documento foi aprovado em caráter terminativo e segue direto para sanção da Presidência da República, exceto se houver recurso para votação no Plenário do Senado. Veja também: Quem foi a pioneira na luta por direitos de trabalhadores domésticos no Brasil Laudelina de Campos Melo é homenageada em Doodle do Google Laudelina nasceu em Poços de Caldas (MG) em 12 de outubro de 1904. Neta de escravizados, durante a vida se destacou na defesa dos direitos das mulheres, dos negros e das empregadas domésticas. A mineira começou a trabalhar aos sete anos e abandonou a escola para cuidar dos irmãos enquanto a mãe trabalhava, já que o pai havia falecido. Aos 16 anos passou a atuar de organizações sociais do movimento negro e foi eleita presidente do Clube 13 de Maio, que promovia atividades recreativas para a população negra da cidade. Atuação e perseguição política Já morando em São Paulo, a trajetória de Laudelina ganhou contornos políticos na década de 1930, quando se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e militou pela Frente Negra Brasileira (FNB), entidade do movimento negro que também seria reconhecida como partido. Ao mesmo tempo, fundou no início daquela década a primeira associação de trabalhadores domésticos do Brasil, em Santos. Naquela época surgiriam também outras entidades da categoria em território paulista. Homenagem feita pelo Google a Laudelina de Campos Melo no dia em que ela completaria 116 anos Google Anos depois, ela atuaria como trabalhadora doméstica até meados dos anos 1950, quando morava em Campinas (SP) e passou a ganhar dinheiro por meio uma pensão que montou e de salgados que vendia em campos de futebol. A associação fundada por ela havia voltado a funcionar em 1946, mas a trajetória de perseguições não havia acabado. Doente, Laudelina acabou se afastando de sua entidade no fim dos anos 1960, e só voltaria a ela já no fim da ditadura, a pedido de amigas e companheiras. Em 1988, com a promulgação da nova Constituição, a associação finalmente se tornaria um sindicato. Laudelina morreu em 1991, aos 86 anos de idade, em Campinas. Só em 2013, com a aprovação da chamada PEC das Domésticas, os trabalhadores domésticos passariam a ter direito a benefícios semelhantes aos de outras categorias profissionais, como jornada de trabalho de 44 horas semanais, com limite de oito horas diárias, e o pagamento de hora extra. "(A trajetória de Laudelina) foi fundamental para a organização da categoria na busca de direitos. Laudelina também levantou, através da sua atuação sindical, bandeiras contra o preconceito racial e contra a discriminação das mulheres", afirmou a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Livro de Heróis e Heroínas da Pátria Conhecido como Livro de Aço, por seu material de fabricação, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria fica localizado no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a Agência Senado, ele se destina ao registro perpétuo do nome dos brasileiros e brasileiras que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo. Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria Agência Senado / Moisés Nazário Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo