Como se dar bem em entrevistas na área de TI sem ter experiência

08 jun 2022
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Profissionais sem graduação completa ou que tenham apenas curso técnico devem investir em formas de demonstrar os conhecimentos de outras maneiras, afirmam especialistas. 5 dicas para começar na carreira de TI

A falta de experiência prática é um dos temores de quem muda de carreira e quer investir em tecnologia da informação (TI). Mas o mercado é promissor até para quem vem de outras áreas. Então, não perca de vista tudo o que aprendeu na área anterior: este pode ser o seu diferencial.

"Busque, por meio das qualificações e experiências, tanto as vividas em âmbito profissional quanto em intercâmbios ou trabalhos voluntários, demonstrar como esses marcos têm a capacidade de agregar ao novo desafio", orienta o diretor da consultoria Robert Half Caio Arnaes.

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Acha difícil enxergar isso? Veja algumas perguntas que podem servir como guia na preparação para as entrevistas:

O que as suas experiências oferecem de interessante para quem vai empregá-lo?

Quais são os resultados efetivos que você levou para os últimos empregadores?

Por que essas experiências são relevantes na sua carreira?

De onde surgiu seu interesse pela área de TI?

Como criar projetos e portfólios para se destacar

Um currículo sem experiências anteriores não significa que o candidato não conhece nada da prática. Profissionais sem graduação completa ou que venham de um curso técnico devem investir em formas de demonstrar seus conhecimentos de outras maneiras.

"Isso é um grande diferencial para quem vai se apresentar em uma entrevista, principalmente para programas portas de entrada, de estágio, aprendiz ou até programas de trainee", diz Rafael Pinheiro, diretor da Companhia de Estágios.

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Antoni Shkraba/Pexels

É possível criar projetos e encontrar conteúdo para eles em comunidades e sites como:

Github: uma espécie de rede social para programadores, a plataforma pertence à Microsoft e é gratuita. Ela permite que programadores, utilitários ou qualquer usuário cadastrado contribua em projetos privados e/ou Open Source (código aberto ao público) de qualquer lugar do mundo.

Google Developers: site de desenvolvimento de software, interfaces de programação de aplicativos (APIs) e recursos técnicos. Conta ainda com documentação sobre o uso de ferramentas, grupos de discussão e blogs.

Existem ainda comunidades para mulheres em programação, como PyLadies (devs e programadoras), R-Ladies (devs) e PrograMaria (programação).

Kaggle: subsidiária do Google, é uma ampla comunidade de ciência de dados e machine learning. Para começar, vale pesquisar quais bancos de dados da plataforma atendem a área que você mira (ex: Brazilian E-Commerce Public Dataset). Procure também dicas sobre exploração de dados com scripts do Kaggle. Também dá para participar de fóruns e, quando estiver mais experiente, entrar em competições com gente do mundo todo, além de fazer cursos gratuitos.

Data sets públicos: para quem está voltado para ciência de dados, são plataformas que disponibilizam um conjunto de dados que podem ser usados para treinar as habilidades de raspagem, criar um portfólio de análises, gráficos, etc. Exemplos: Portal Brasileiro de Dados Abertos, Brasil.io, Google Public Data Explorer, World Bank Open Data).

Dashboards: depois de explorar os bancos de dados, você pode criar um relatório dinâmico para mostrar sua análise, usando programas de visualização gratuitas como Google Data Studio, Tableau Public, entre outras.

Discord: a rede social que concorre com o Skype possui diversas comunidades sobre desenvolvimento de games, mas é bastante frequentado por profissionais de várias áreas de TI para trocas de dicas sobre uso de ferramentas, desenvolvimento de carreira, etc.

Medium: plataforma mais voltada a textos, se tornou um lugar para se montar um portfólio: dá pra colocar gráficos, informações sobre projetos que estejam sendo desenvolvidos, etc.

Seja onde você escolher criar seus projetos e trocar ideias sobre ele, aproveite para incluir os links gerados por essas plataformas em seu perfil no LinkedIn, na área de 'Em destaque'. Além disso, ali dá para colocar links de certificados de cursos, entre outros pontos que podem mostrar o seu conhecimento.

Ainda sobre entrevista de emprego, é importante estudar a empresa que está abrindo vagas: o que ela faz, como faz, onde pretende chegar, quais são as tecnologias que usa.

"Isso vai dar muito embasamento para responder a perguntas como 'por que você quer vir trabalhar na empresa?' ou 'como você pode colaborar com a empresa?'", aconselha Rafael Pinheiro.

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Os primeiros passos

Aprenda primeiro a base: o ideal é não sair por aí buscando vagas sem saber nada da área desejada. Mas partir de cara para uma especialização ou pós-graduação também pode ser desafiador: é mais tranquilo começar com cursos fundamentais para a área.

"Procurei uma pós de Big Data com 'business inteligence' e 98% dos alunos eram profissionais de ciência da computação, análise de sistema e áreas correlatas, eu era a única jornalista", conta Isabela Marinho, que escolheu entrar para a área de dados em TI.

"Eu não tinha um conhecimento prévio em linguagem de programação, acabei tendo que correr muito atrás para dar conta. Foi árduo e intenso. Basicamente, tive que trocar o pneu com o carro andando."

"Se eu tivesse conversado lá atrás, talvez tivesse buscado trilhas de conhecimento mais específicas e depois caminhado para a pós para ter um olhar mais macro, de negócios", avalia. "Isso foi em 2017, quando existiam poucos cursos de especialização com uma mentalidade mais voltada aos negócios. As escolas ofereciam apenas um olhar técnico. Hoje há uma variedade de cursos para objetivos diferentes."

Isabela atualmente trabalha no Google e ajuda outras pessoas a fazerem uma transição mais suave por meio de um canal no YouTube onde faz lives sobre o tema, promove workshops e destrincha fundamentos da área.

Profissional de TI com visão de negócios tem diferencial no mercado

Sigmund/Unsplash

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FONTE: G1 Globo


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