Condado dos EUA reivindica US$ 51 bi a petroleiras por dano ambiental
Um condado do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, anunciou, nesta quinta-feira (22), uma ação judicial contra várias multinacionais do petróleo para exigir mais de US$ 51 bilhões (R$ 243,5 bilhões) após o "domo de calor" de 2021, um episódio climático extremo e letal.
O condado de Multnomah afirma que as emissões de carbono pelo uso de combustíveis fósseis geradas por essas empresas tiveram papel "significativo" no evento climático.
Entre as companhias citadas estão Exxon Mobil, Shell, Chevron, BP, ConocoPhillips e Total Specialties USA.
O domo de calor "é um evento atribuído diretamente aos impactos que estamos vendo em nosso clima pelas ações dos grupos de combustíveis fósseis e suas agências, que têm pressionado há décadas para negar a ciência do clima", disse à AFP a presidente do condado, Jessica Vega Pederson.
A localidade pediu uma reparação de 50 bilhões de dólares (R$ 238,7 bilhões) por danos e prejuízos e mais 1,5 bilhão (R$ 7,16 bilhões) por danos futuros como calor extremo, seca e incêndios, que prometem se tornar mais comuns.
Também exige que as empresas aportem 50 bilhões de dólares em um "fundo de redução" dos impactos para melhorar a infraestrutura do condado.
Uma onda de calor recorde foi registrada no oeste dos Estados Unidos e Canadá entre o fim de junho e meados de julho de 2021.
O número de mortos por consequência desse evento foi estimado em 1.400 e a temperatura chegou aos 49,6 graus centígrados em Lytton, na Colúmbia Britânica.
Em uma análise, a World Weather Attribution (WWA), um grupo formado por cientistas, argumentou que o domo teria sido "virtualmente impossível" se não fosse pela mudança climática induzida pelo homem, que o tornou pelo menos 150 vezes mais provável.
A ação do condado de Multnomah também menciona o Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) e a empresa McKinsey & Company.
Ademais, aponta que, durante três dias, no fim de junho de 2021, o condado sofreu um calor extremo, 69 pessoas morreram e a administração pública foi obrigada a gastar dinheiro dos contribuintes em água, ar-condicionado e "centros de refrigeração".
Com este processo, o condado de Multnomah se junta a dezenas de cidades, condados e estados de todo o país que, desde 2017, iniciaram uma onda de ações judiciais contra grupos do setor petrolífero, acusando-os de contribuir para a mudança climática e alimentar a desinformação.
EXXONMOBIL
Shell
CHEVRON
BP
CONOCOPHILLIPS
TotalEnergies
FONTE: Estado de Minas