Confrontos Israel-Hezbollah deixam mais de 19 mil deslocados no Líbano
Mais de 19 mil pessoas tiveram de ser deslocadas dentro do Líbano, devido ao aumento dos incidentes entre Israel e o Hezbollah na fronteira sul do país, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta segunda-feira (23).
"Um aumento dos incidentes na fronteira" provocou o deslocamento de 19.646 pessoas no Líbano, "tanto no sul como em outras partes do país", informou a agência da ONU.
"Esperamos que esses números aumentem, na medida em que as tensões transfronteiriças persistem", ou em caso de uma escalada da violência, afirmou o porta-voz da OIM, Mohammedali Abunajela, em nota à AFP.
Após o ataque mortal que o movimento islamita palestino Hamas lançou em território israelense em 7 de outubro, os confrontos entre o Hezbollah libanês (aliado do Hamas) e o Exército israelense aumentaram na zona fronteiriça.
Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas morreram em Israel desde 7 de outubro, a maioria delas civis pelas mãos do Hamas, que também sequestrou 222 israelenses e estrangeiros.
Israel respondeu a esse ataque com uma campanha de bombardeios na Faixa de Gaza, onde mais de 5.000 pessoas, a maioria civis, já morreram, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o enclave palestino.
No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que o Hezbollah cometeria o "erro da sua vida" ao entrar em guerra contra Israel, e que as consequências seriam "devastadoras para o Líbano".
Mergulhado em uma crise socioeconômica sem precedentes, o Líbano não implementou um plano de evacuação, mas o primeiro-ministro Najib Mikati declarou que o país desenvolve uma resposta de emergência "como medida de precaução".
A maioria dos deslocados se abriga em casas de familiares, ou amigos. No sul do país, três escolas administradas pelas autoridades locais também servem de refúgio, disse Abunajela.
"O sistema de saúde enfrenta uma grave escassez, principalmente de medicamentos", além de "uma escassez significativa de médicos e enfermeiros, que abandonaram o país, devido à grave crise econômica", completou o porta-voz da OIM.
FONTE: Estado de Minas