Decisão de retomar o Aeroporto Carlos Prates está nas mãos do prefeito

07 ago 2023
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A cidade de Belo Horizonte encontra-se diante de uma decisão crucial para o futuro do setor aeroportuário e econômico do estado de Minas Gerais. O Aeroporto Carlos Prates, o segundo mais movimentado do estado, encontra-se atualmente em um estado de espera, com o destino de suas operações sob a responsabilidade do prefeito Fuad Noman.

Na última semana, a Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços recebeu o secretário municipal de Governo, Josué Valadão, convocado a prestar esclarecimentos acerca da proposta de ocupação da área do Aeroporto Carlos Prates, desativado desde o último mês abril, bem como sobre as oportunidades de participação popular abertas pelas Prefeitura de Belo Horizonte no debate acerca da futura destinação da área.

Presidente do colegiado e autor do requerimento de convocação, o vereador Braulio Lara (Novo) defendeu a retomada das atividades do aeroporto, tendo em vista sua contribuição para o desenvolvimento econômico da cidade, para a atração de investimentos e para o fomento da economia aeronáutica em BH e no país. Na oportunidade, o parlamentar afirmou que a decisão de retomar as atividades do Aeroporto Carlos Prates está na mão do prefeito Fuad Noman (PSD) e não do Ministério de Portos e Aeroportos como o prefeito afirma.

Braulio Lara leu um manifesto assinado por 22 vereadores contrários ao fechamento do aeroporto, e apontou que o ponto de vista defendido no documento seria respaldado por importantes organizações, como universidades, sindicatos e associações nacionais do setor aeronáutico. Os vereadores Fernando Luiz (PSD), Henrique Braga (PSDB) e Wesley Moreira (PP), também membros da Comissão de Mobilidade Urbana, reforçaram suas posições pelo não fechamento do aeroporto.

Com uma média expressiva de tráfego aéreo, o Aeroporto Carlos Prates é um centro de movimentação crucial para nosso estado. Além disso, ele desempenha um papel vital na geração de empregos, fornecendo cerca de 500 posições diretas e milhares de outros empregos indiretos. Destaca-se ainda a presença de escolas de formação de pilotos, que contribuem para a capacitação e crescimento da indústria aeronáutica.

“O fechamento temporário do aeroporto trouxe impactos significativos para a economia mineira. A interrupção das atividades afetou a atuação de diversas empresas e players ligados à cadeia aeroportuária, assim como companhias aéreas e o tráfego aéreo regional. Além disso, houve uma redução na injeção de renda na economia local e o lamentável encerramento de postos de trabalho, impactando diretamente as famílias e a comunidade”, afirma Braulio Lara.

Naquele espaço trabalham há décadas diversas empresas de manutenção de aeronaves, de hangaragem, de instrução e treinamento, impossíveis de serem levadas para outros aeródromos. “Insistir nessa ideia de fechamento do aeroporto será o caos e depois de feito, um desastre irreparável”, afirma Estevan Velásquez, presidente da Associação Voa Prates. Além disso, o Aeroporto da Pampulha encontra-se saturado e não consegue absorver a aviação de instrução.

PROPOSTA DA PBH

Conforme esclareceu o secretário Josué Valadão, a Prefeitura é atualmente responsável pela a guarda do terreno e tem atuado para garantir a segurança do local, que conta com mais de 500 mil m². A proposta preliminar da PBH para ocupação do espaço – cuja efetiva implantação ainda depende de arranjos com a União, atual proprietária da área – contempla a implantação de mais de 4 mil moradias populares, além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), duas escolas, um parque, um centro cultural e um restaurantes popular, entre outros equipamentos.

No entendimento do representante da Associação Voa Prates, contudo, o local não teria condições de acomodar as moradias, em função dos impactos urbanísticos para o entorno, perspectiva compartilhada por vizinhos do aeroporto presentes na reunião, que se mostraram preocupados com os reflexos negativos da construção de grandes condomínios no entorno, especialmente para o trânsito. Segundo a Voa Prates, abaixo-assinado colhido entre os moradores do entorno teria levantado mais de 10 mil assinaturas favoráveis à manutenção das atividades do aeroporto. “O que mais tem incomodado foi uma mudança de 180 graus no pensamento para a destinação da área. Tanto o ex-prefeito Alexandre Kalil quanto o atual defendiam a manutenção do aeroporto até pouco tempo. Por que houve essa mudança tão repentina?”, questiona Braulio Lara.

A decisão sobre a retomada das atividades do Aeroporto Carlos Prates encontra-se agora nas mãos do prefeito Fuad Noman. A escolha a ser feita terá implicações duradouras para o desenvolvimento econômico e o setor aeroportuário de Minas Gerais. A comunidade aguarda ansiosamente pela determinação que definirá o curso futuro do aeroporto e de sua contribuição vital para a região.

MAIS UMA RODADA DE DISCUSSÃO

E na próxima quinta-feira, 10 de agosto, a partir das 17 horas, a Câmara da Indústria Automotiva e Mobilidade da FIEMG e Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – Sindipeças – MG, discutirão o impacto do fechamento do Aeroporto Carlos Prates na economia de Belo Horizonte e a expulsão do ecossistema aeroportuário de formação profissional e de tecnologia em manutenção de aeronaves. Será feita uma apresentação do projeto que existe para a área, sem a utilização de recursos públicos.

A reunião contará com a presença de investidores, políticos e lideranças empresariais mineiras que acreditam que o desenvolvimento econômico passa pela infraestrutura de mobilidade aérea.

SERVIÇO:

O impacto do fechamento do Aeroporto Carlos Prates na economia de BH

DATA: 10 de agosto, quinta-feira.

HORÁRIO: 17 horas.

LOCAL: FIEMG (Av. Contorno, 4520, 10º andar - Sala Luiz de Paula).

Confirmação de presença pelo e-mail: automotiva@fiemg.com.br



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