Declarações de Macron sobre Taiwan geram controvérsia

11 abr 2023
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O presidente francês, Emmanuel Macron, gerou controvérsia com declarações que pedem à Europa que não siga os Estados Unidos ou a China sobre a questão de Taiwan, sob o risco de enfraquecer a unidade europeia.

"O pior seria pensar que nós, europeus, devemos ser seguidores e nos adaptar ao ritmo americano e a uma reação exagerada chinesa", disse Macron, em entrevista publicada no domingo em diversos veículos de comunicação, como o jornal Les Échos, após uma viagem ao gigante asiático.

O presidente também pediu à Europa que "acorde". "Por que devemos ir no ritmo escolhido pelos outros? Em algum momento devemos nos perguntar se isso nos convém", sabendo que "não queremos entrar em uma lógica de bloco contra bloco", acrescentou.

Suas declarações e sua visita à China, onde se reuniu com seu homólogo Xi Jinping, foram criticadas pela imprensa dos Estados Unidos. Para o The New York Times, sua viagem "minou" os esforços de Washington para conter a influência chinesa.

Na segunda-feira, a Casa Branca respondeu à controvérsia. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, reiterou sua "confiança" em seu "excelente" relacionamento com a França e entre os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron.

Nesta terça-feira, um amigo próximo do presidente francês, o eurodeputado Stéphane Séjourné, garantiu à rádio France Inter que Macron não se manteve "equidistante" entre Pequim e Washington e que o "aliado" da França é "obviamente" os Estados Unidos.

Mas este ex-assessor político alertou que "um conflito armado" entre a China e os Estados Unidos seria uma "Terceira Guerra Mundial" e que Macron reiterou que a Europa deve ser "uma potência de equilíbrio", que trabalha para uma "desescalada".

Para os analistas, suas declarações podem criar uma nova confusão entre seus aliados ocidentais. "É uma inversão total da responsabilidade pelas tensões", disse à AFP Antoine Bondaz, da Fondation pour la Recherche Stratégique.

A China considera Taiwan uma província rebelde e parte de seu território, o qual pretende recuperar mesmo que seja pela força. No sábado, a China iniciou exercícios militares ao redor desta desta ilha, cujo principal aliado é Washington.


FONTE: Estado de Minas


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