Dia do Orgulho LGBT+: conheça histórias onde o amor e o apoio venceram o preconceito
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Nesta quarta-feira (28), Dia Internacional do Orgulho LGBT+, o g1 Zona da Mata conta as experiências de três pessoas que moram em Juiz de Fora. Lucca ao lado da avó, Zeni Sad
Lucca Sad/Arquivo pessoal Nesta quarta-feira (28), no Dia Internacional do Orgulho LGBT+, o g1 mostra histórias de luta contra o preconceito, que foi superado com muito amor e apoio em Juiz de Fora. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Para Eduarda a família é um alicerce Eduarda ao lado dos pais e da irmã Eduarda Freitas/Arquivo Pessoal A psicóloga Eduarda Freitas, de 24 anos, conta que se identificou como lésbica aos 16 anos, mas desde criança sentia algo "diferente". "Olhava para algumas mulheres e eu via que sentia uma atração, uma admiração diferente. Tive minha primeira namorada e tudo fez sentido na minha cabeça", contou. A irmã da psicóloga foi a primeira pessoa da família a saber sobre a orientação sexual. O maior medo era da reação do pai, que é militar, mas Eduarda conta que ele foi muito compreensivo e só queria que ela fosse feliz. "A minha mãe ficou mais em choque quando me assumi, passou alguns dias reclusa, na dela pensando, mas logo depois tive todo apoio e nos tornamos muito amigas e compartilhamos tudo". Sobre a importância de receber o apoio da família, a psicóloga diz que sentiu liberdade para ser quem ela é, sem precisar se esconder, viver uma vida dupla ou ficar na defensiva. "Meus pais e minha irmã foram fundamentais no meu processo , eles são meu alicerce e sem eles eu sei que nada disso teria dado certo. Queria que todos as pessoas da comunidade tivessem essa mesma sorte que eu de se sentir seguro e amado pelas pessoas que mais importam em nossas vidas", completou. A ligação entre Gabriel e a mãe se fortaleceu Apoio foi o que o também psicólogo Gabriel Martins teve da família ao se assumir gay. Ele contou que desde o ensino fundamental sentia atração por meninos, mas se "forçava a ser heterossexual na esperança que esses sentimentos desaparecessem". Gabriel ao lado da mãe, Silvânia Martins Gabriel Martins/Arquivo pessoal Gabriel se assumiu aos 17 anos, época em que começou a se relacionar afetivamente com outros homens e a falar sobre sua sexualidade com amigos próximos. Quando apresentou o namorado, foi recebido com respeito e aceitação pela família, mas percebeu que o medo da mãe era de que alguém pudesse fazer mal a ele por causa da orientação sexual. "Eu estava disposto a enfrentar a possibilidade de romper laços familiares caso não fosse aceito inicialmente. No entanto, acredito que a importância de ser verdadeiro comigo mesmo superava qualquer receio quanto às consequências. O amor-próprio e a autenticidade eram e continuam sendo fundamentais para mim". Desde então, os dois passaram por um processo com desafios, adaptações, mas também de alívio e fortalecimento dos laços. "Juntos, atravessamos momentos de aprendizado, compreensão mútua e respeito. À medida que amadurecemos nesse processo, construímos uma conexão mais profunda, baseada no amor e na aceitação mútua. Aprendi a respeitar a perspectiva de minha mãe e a valorizar ainda mais o amor que ela tem por mim, independentemente de quaisquer diferenças que possamos ter". Apesar do processo ter sido repleto de medos, o psicólogo afirma que hoje compreende a importância de um diálogo aberto, da empatia em relação às diferenças, do respeito mútuo e do amor incondicional para superar barreiras e construir relações mais fortes e inclusivas. "Reflito sobre essa experiência com gratidão e reconhecimento pela jornada positiva que tive com minha família. Embora eu tenha enfrentado temores iniciais, a aceitação e o amor que recebi superaram todas as minhas expectativas. Estou ciente de que nem todos têm a mesma sorte, e minha esperança é que histórias como a minha inspirem outras pessoas a buscar a autenticidade e a abrir caminho para a aceitação em suas próprias famílias. Espero que possa servir como um lembrete de que, com compaixão e diálogo, podemos construir pontes e promover a aceitação em nossa sociedade", concluiu. Lucca está na família que escolheu Lucca ao lado da esposa, Darah Mayer Lucca Sad/Arquivo Pessoal O empresário e barbeiro Lucca Oliveira Sad, de 26 anos, não teve o apoio dos pais, mas encontrou fora de casa o apoio, acolhimento e aceitação para ser livre. Ele, se identificou como homem trans aos 16 anos, mas só teve certeza sobre realizar a hormonioterapia aos 20 anos. Para contar sobre a decisão, Lucca escreveu uma carta para a mãe, mas somente a avó o aceitou. "Ela é a única pessoa da família de sangue que sempre me amou com o coração, e não com os olhos. Ela é minha força dentro da casa onde cresci", disse. Há quase 10 anos Lucca diz batalhar por respeito no âmbito familiar de sangue, mas a esposa, amigos e gatos são quem ele escolheu e o escolheram para ser feliz. "São eles que me abraçam, me valorizam e me mostram que, apesar de tudo, não estou sozinho no mundo. A importância dessa rede de apoio é justamente para que possamos enfrentar os momentos de solidão que estamos destinados a conviver". Lucca, esposa e o gato do casal Lucca Sad/Arquivo pessoal 📲 Confira as últimas notícias do g1 Zona da Mata 📲 Acompanhe o g1 no Facebook e Instagram 📲 Receba notícias do g1 no WhatsApp e no Telegram VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das VertentesFONTE: G1 Globo