Donos de ônibus são alvos por fraude na Previdência; suspeitos foram investigados por comprarem vacinas falsas durante pandemia

06 jun 2023
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'Operação Ponto Final' cumpre 22 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e Região Metropolitana e um em Montes Claros contra família que explora o serviço de transporte público. Bebidas caras foram apreendidas durante a 'Operação Ponto Final'

Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal fazem, na manhã desta terça-feira (6), a "Operação Ponto Final" contra uma família que explora o serviço de transporte público em Minas Gerais. A organização criminosa é suspeita de fraudar a Previdência Social.

Em março de 2021, os donos da Saritur admitiram em depoimento à Polícia Federal que compraram imunizantes contra a Covid-19. Eles são apontados como os organizadores de uma vacinação irregular que aconteceu em uma garagem de ônibus da família.

A operação cumpre 22 mandados de busca e apreensão, sendo 21 em Belo Horizonte; Brumadinho, Nova Lima e Sabará, na Região Metropolitana; e um em Montes Claros, no Norte do estado.

De acordo com a PF, empresários da mesma família, que se alternam nos quadros societários das empresas, se dedicam à prática de fraude contra a Previdência Social. O grupo criava empresas e não pagava os impostos à União. Prejuízos superam os R$ 735 milhões.

"Mesmo com certidão de dívida ativa junto à União, tais empresas vêm contratando com a administração pública, fraudando a legislação, que exige certidão negativa de execução patrimonial para participar de certames licitatórios", disse o delegado da PF Marcílio Miranda Zocrato.

Ainda, segundo a PF, os empresários descontavam o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de trabalhadores, mas não repassavam para o governo.

A Receita Federal afirmou que a família abria diversas empresas acumulando débitos previdenciários, com o objetivo de camuflar o verdadeiro patrimônio. Essas operações eram realizadas para que o grupo se livrasse de obrigações tributáveis.

Viaturas da Polícia Federal e da Receita Federal na 'Operação Ponto Final'

Polícia Federal/Divulgação

'Ponto Final'

a "Operação Ponto Final" faz uma alusão à última parada de veículo de transporte coletivo. A Polícia Federal escolheu o nome, também, para que seja o fim da atividade criminosa de sonegação fiscal e fraude em processo de execução das empresas.

As penas somadas para os crimes podem alcançar 18 anos de prisão.

Vacinas falsas contra a Covid-19

Em março de 2021, os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa Saritur, o mesmo alvo da operação desta terça-feira (6), admitiram em depoimento à Polícia Federal que compraram vacinas contra a Covid-19. Eles são apontados como os organizadores de uma vacinação irregular que aconteceu em uma garagem de ônibus da família.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou que está apurando sobre o ocorrido e que vai se manifestar em breve por nota.

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FONTE: G1 Globo


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