Empresas conseguem mais tempo para sair do Aeroporto Carlos Prates
O Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), concedeu 60 dias a mais para que as aeronaves em manutenção no Aeroporto Carlos Prates sejam consertadas e decolem. A decisão foi tomada na última sexta-feira (31/3), último dia de operações do aeródromo.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o Governo de Minas já haviam solicitado às autoridades competentes, caso as atividades fossem mesmo suspensas no aeroporto, a extensão do prazo para total desmobilização do local.
Empresários que operavam no Carlos Prates destacavam a inviabilidade dos prazos de retirada ordenados pelo Governo Federal.
Além disso, a PBH e o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), assinaram um convênio que autoriza a administração pública municipal a coordenar a retirada das últimas aeronaves que ficaram no local para finalizar reparos.
A PBH destacou, ainda, que toda a estrutura da Infraero foi desmontada e levada para o Aeroporto da Pampulha e cerca de 80% dos veículos deixaram o aeródromo na última sexta-feira. No local, restaram apenas algumas aeronaves e carcaças, que consistem em fuselagem sem prefixo.
Em nota, a PBH afirmou que o foco neste momento é o diálogo para saída ordeira e respeitosa de cada empresa que ainda tem aeronaves para decolar do local. O município informou que já assumiu a segurança da pista, com equipes da Guarda Civil Municipal (GCMBH) posicionadas em todas as portarias e possíveis acessos.
Além da Unidade de Segurança Preventiva (USP), foram empenhados 40 agentes e mais de 10 viaturas da GCMBH.
Associação Voa Prates critica fechamento
Em nota à imprensa, a Associação Voa Prates, que representa os usuários do Aeroporto Carlos Prates, criticou a decisão, a qual chamaram de “uma bomba formada por falta de diálogo, visão de futuro, enorme dose de covardia e total ignorância sobre a importância da atividade aeroportuária por parte dos governantes brasileiros nas esferas Federal”.
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O texto diz que “a falta de sensibilidade dos governos federal, estadual e municipal arruinam ainda o maior centro formador de aeronautas de Minas e segundo maior da América Latina, que deixa de formar mais de mil pilotos por ano”.
Leia a nota na íntegra:
“NOTA À IMPRENSA
Uma bomba formada por falta de diálogo, visão de futuro, enorme dose de covardia e total ignorância sobre a importância da atividade aeroportuária por parte dos governantes brasileiros nas esferas Federal, Estadual e Municipal caiu sobre a aviação brasileira. E é, provavelmente, a maior agressão da história à indústria do conhecimento aeroespacial do mundo o fechamento de cinco escolas de aviação ao mesmo tempo.
Este é o entendimento da Associação Voa Prates, que representa empresários, pilotos, instrutores, mecânicos e mais de 500 empregados que atuam no aeroporto Carlos Prates, em relação ao descaso e abandono que está levando ao fim, com uma única canetada, o segundo mais movimentado aeroporto do Estado de Minas Gerais.
A falta de sensibilidade dos governos federal, estadual e municipal arruinam ainda o maior centro formador de aeronautas de Minas e segundo maior da América Latina, que deixa de formar mais de mil pilotos por ano.
A visão tacanha e eleitoreira dessas três instâncias de poder encerrar as atividades de 15 empresas deixa desempregadas e desamparadas mais de 500 famílias. O Brasil e Minas Gerais provaram que preferem caminhar na contramão do mundo desenvolvido e retroceder.
Fechar um aeroporto dessa importância é voltar décadas no tempo; uma ação dessa demora muitos anos para ser assimilada pela sociedade.
A Voa Prates reafirma que vai seguir trabalhando para mostrar a importância desse complexo aeroportuário, seu altíssimo grau de segurança e total viabilidade econômica, como já foi provado por estudos apresentados aos governos Estadual e Federal. E continua firme no propósito de dialogar em todas as instâncias e provar que ainda é possível não cometer esse absurdo contra a aviação mundial, criada neste mesmo país que agora fecha aeroportos e escolas.”
FONTE: Estado de Minas