Escrivã da Polícia Civil morta é homenageada por servidores em Minas
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Agentes da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizaram, nesta quinta-feira (15/6), diversas homenagens à escrivã Rafaela Drumond por todo o estado. A servidora foi encontrada morta na casa dos pais na última sexta-feira (9), na cidade de Antônio Carlos, na Região do Campo das Vertentes.
As manifestações foram registradas em várias cidades de Minas. Em Belo Horizonte, servidores se reuniram na Praça da Estação, no Centro da cidade, com cartazes e balões em homenagem a Rafaela. Depois, eles saíram de ônibus até Barbacena, no Campo das Vertentes, onde às 19h vão participar da missa de sétimo dia da agente. O mesmo ato foi repetido em Muriaé, Ubá e Montes Claros.
“É uma luta contra o assédio. Nosso objetivo é que a Polícia Civil tome providência para punir esses assediadores. Não podemos aceitar criminosos praticando crimes contra os próprios policiais”, disse o diretor do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de Minas Gerais (SINDEP-MG), Marcelo Horta.
Também nesta manhã, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva sobre o caso. A investigação está sendo acompanhada de perto pela chefe da instituição, Letícia Gamboge, que esteve em Antônio Carlos, com a família de Rafaela.
Para o Delegado Alexsander Soares Diniz, chefe da Delegacia de Barbacena, a investigação é complicada e exige muita atenção por parte dos agentes. “Este é um caso muito sério e muito triste, que marca a história da Polícia Civil mineira”, disse.
Relembre o caso
Rafaela Drumond, de 32 anos, foi vítima de suicídio. Na última sexta-feira (9), ela estava na casa dos pais, em Campo das Vertentes, na região do Campo das Vertentes, quando tirou a própria vida.
A escrivã trabalhava em uma delegacia em Carandaí. Nos últimos meses, Rafaela teve mudanças em sua personalidade, passando a ficar mais retraída e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, após uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso de Delegada da instituição.
Semanas atrás, Rafaela chegou a denunciar casos de assédio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.
O caso é investigado pela Polícia Civil. Em nota, a instituição informou que um procedimento disciplinar e um inquérito foram instaurados para apurar as denúncias.
FONTE: Estado de Minas