Estupro no Santo André: suspeito e vítima são ouvidos em primeira audiência

25 out 2023
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Foi realizada nesta quarta-feira (25/10), no Fórum Lafayette, Região Central de Belo Horizonte, a primeira audiência do caso da jovem de 22 anos estuprada no Bairro Santo André, na Região Noroeste da capital, no fim de julho, após sair de um show de pagode no Mineirão. Quatro homens envolvidos na ocorrência foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG): Weberson Carvalho da Silva, o homem que teria estuprado a jovem, o motorista de aplicativo que a abandonou na porta de casa, o amigo dela, que a acompanhava no show de pagode, e o motociclista, que ajudou o motorista a retirá-la do carro.
No júri desta tarde, foram ouvidas vítima e suspeito. Ao Estado de Minas, a irmã da jovem explicou que a sessão foi adiada para o dia 8 de novembro, quando as testemunhas de defesa e acusação deverão ser ouvidas.
“Nós, enquanto família, esperamos Justiça. Que ela seja severa da mesma proporção que foi o crime cometido contra a minha irmã e que todas as pessoas envolvidas sejam punidas de acordo com o ato de irresponsabilidade que cometeram. Que o motorista de aplicativo pague pelo ato que ele cometeu, que causou uma sequela imensurável para a vida da minha irmã. Que ele pague na mesma proporção”, disse a irmã da jovem. 
O processo está em segredo de Justiça, por isso os detalhes das audiências não serão divulgados. “O art. 234-B do Código Penal determina o segredo de justiça nos processos de apuração dos crimes contra a dignidade sexual, não fazendo distinção entre vítima e acusado. Deve o processo correr integralmente em segredo de justiça, preservando-se a intimidade do acusado em reforço à intimidade da própria vítima”, informou a assessoria do Fórum Lafayette.

Denúncias 

Além do autor do estupro de uma jovem de 22 anos que chocou o país, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também denunciou por estupro de vulnerável o motorista de aplicativo que abandonou a vítima, desacordada, no meio da rua. A denúncia foi determinada pelos artigos 217, que prevê o crime de estupro contra vulnerável, e 13, que determina que a omissão é penalmente relevante quando o responsável poderia ter evitado o crime final. 
Já o amigo da vítima, que a acompanhava no show, e o motociclista que ajudou o motorista de aplicativo a retirar a vítima do carro e deixá-la em frente ao prédio, não foram indiciados pela Polícia Civil, mas entraram na denúncia do Ministério Público por omissão de socorro. 

Relembre o caso

crime aconteceu na madrugada do dia 30 de julho. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima estava em um evento de pagode que aconteceu no Mineirão, na Região da Pampulha, quando, por volta das 2h, decidiu ir embora. Durante o evento, ela teria ingerido bebida alcoólica e, na volta, os amigos a colocaram, sozinha, em um carro de aplicativo e compartilharam a localização da viagem com o irmão dela. 
Por volta das 3h, a jovem teria chegado em casa. Câmeras de segurança instaladas em um estabelecimento comercial ao lado do prédio da jovem mostram o momento em que o carro de aplicativo para no endereço. O motorista desce do carro e começa a tocar o interfone do imóvel. Após alguns minutos, ele continua sem resposta. 
Ainda segundo a Polícia Militar (PMMG), o motorista pediu ajuda a um homem que passava na rua para tirar a mulher de dentro do veículo. Ele teria tentado contactar alguém no prédio, novamente, mas sem sucesso. Por volta das 3h17, a vítima, que estava encostada em um poste, acabou caindo deitada no chão. Nesse momento, o motorista deixa o local. 
Cinco minutos após a vítima ser deixada sozinha, um terceiro homem é flagrado se aproximando dela. De acordo com a PMMG, ele olha para os lados e, ao ver que não tinha ninguém na rua, a coloca nas costas e a carrega para outro lugar.
 
O homem de 47 anos, identificado como Wemberson Carvalho da Silva, foi preso no mesmo dia. Na época, ele negou ter cometido o crime e optou por ficar calado.

FONTE: Estado de Minas

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