EUA e UE criticam Rússia em reunião de chanceleres no Sudeste Asiático

14 jul 2023
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Os principais representantes diplomáticos dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) criticaram o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, nesta sexta-feira (14), por atitude "pouco construtiva" durante uma reunião com seus homólogos do Sudeste Asiático na capital da Indonésia.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, aproveitou os dois dias de reuniões no âmbito dos fóruns organizados pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para manter novas conversações com a China, embora tenha denunciado a "coerção" de Pequim na região.

Blinken, que recusou um encontro bilateral com Lavrov, afirmou que a atitude do chanceler russo "não foi construtiva nem produtiva" nas reuniões plenárias, acrescentando também que ele fez uma apresentação "negativa" das questões em pauta e atribuiu "todos os problemas do mundo aos Estados Unidos".

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, por sua vez, afirmou que Lavrov falou de maneira "muito agressiva" ao responder aos questionamentos sobre a invasão russa na Ucrânia.

"Lavrov me respondeu de uma forma muito agressiva e explicou seu ponto de vista, afirmando que tudo é uma 'conspiração do Ocidente' e que a guerra vai continuar", disse o chefe diplomático a jornalistas.

Blinken ainda alertou que os países em desenvolvimento "pagarão o preço" caso a Rússia negue estender o acordo que permite à Ucrânia exportar grãos através do Mar Negro, que expira às 21h GMT da próxima segunda-feira (17).

Embora não tenha falado publicamente após a reunião, o chanceler russo disse à imprensa indonésia no início desta semana que a guerra na Ucrânia não terminará até que os países ocidentais desistam de seus esforços para "derrotar" a Rússia.

O último encontro entre Blinken e Lavrov ocorreu em março em Nova Délhi, onde conversaram brevemente pela primeira vez desde a invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

- "Coação" da China -

O secretário de Estado americano pediu aos países do Sudeste Asiático que se unam frente à "coação" da China na região Ásia-Pacífico, objeto de tensões entre Washington e Pequim.

"Devemos defender a liberdade de navegação no Mar da China Meridional e Oriental e manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse.

Com os países da Asean, "compartilhamos a visão de um Indo-Pacífico livre, aberto, próspero, seguro, conectado e resistente", acrescentou.

"Uma região onde os países são livres para escolher seus próprios caminhos e seus próprios parceiros, onde os problemas são tratados abertamente, e não sob coação", disse ele em uma alusão velada à China.

O atrito está se intensificando entre a China e alguns membros da Asean, em particular Vietnã e Filipinas, incomodados com as reivindicações de soberania por parte de Pequim sobre quase todo o Mar da China Meridional.

As tensões são ainda mais significativas em relação a Taiwan, um território de governo democrático considerado por Pequim como uma província que, cedo ou tarde, será recuperará - e à força, se necessário.

"O Indo-Pacífico não deve ser um novo campo de batalha", disse o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi.

Blinken se reuniu na quinta-feira com o diplomata chinês, Wang Yi, à margem das negociações da Asean na quinta-feira. No encontro, disse a ele que Washington reagirá ao recente ciberataque ao governo dos EUA atribuído à China.

Wang pediu aos EUA, por sua vez, para "trabalhar com a China" e pôr fim a qualquer "interferência" nos assuntos do país, de acordo com um resumo de sua reunião com Blinken divulgado por Pequim nesta sexta-feira.

As discussões dos ministros das Relações Exteriores da Asean no início desta semana também abordaram a crise em Mianmar. De volta ao poder desde o golpe de 2021, a junta militar não foi convidada para Jacarta.

Também nesta sexta, Blinken prometeu que Washington e seus aliados se defenderão de qualquer "agressão" da Coreia do Norte, que realiza testes periódicos de mísseis, colocando em alerta a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos.


FONTE: Estado de Minas


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