EUA pede painel de solução de controvérsias do T-MEC com México por milho trans
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (17), que pediram a criação de um painel de solução de controvérsias com o México no âmbito do acordo comercial da América do Norte (T-MEC) após a decisão mexicana de restringir as importações de milho transgênico.
Em 2020, o governo do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, proibiu a produção e a importação de milho geneticamente modificado até 2024. Frente aos protestos do vizinho do Norte, optou por permiti-lo para a alimentação de animais e processamento em indústrias diversas, até que um substituto seja encontrado para o grão.
O consumo humano seria proibido. Mas o México é autossuficiente em milho branco não transgênico, que constitui a base da dieta de seus 126 milhões de habitantes.
A concessão não agradou os Estados Unidos, que em junho pediram consultas formais para tentar resolver o problema.
Na falta de uma solução, o governo do presidente americano, Joe Biden, deu um passo à frente nesta quinta, "para fazer cumprir as obrigações do México sob o T-MEC", afirmou, em nota, a representante comercial dos EUA, Katherine Tai.
Segundo Washington, "as medidas do México não se baseiam na ciência e minam o acesso ao mercado que concordou em fornecer no T-MEC".
Através do painel de disputas, "buscamos resolver nossas preocupações e ajudar a garantir que os consumidores possam continuar tendo acesso a alimentos e produtos agrícolas seguros e acessíveis", afirmou Tai, citada em nota.
Para a representante comercial, "é fundamental que o México elimine suas medidas biotecnológicas inconsistentes com o T-MEC para que os agricultores americanos possam continuar tendo acesso ao mercado mexicano e utilizar ferramentas inovadoras para responder aos desafios climáticos e de segurança alimentar".
O México é o segundo comprador mundial de milho amarelo e 95% do cereal vêm do mercado americano, cuja produção é, por sua vez, 93% transgênica.
FONTE: Estado de Minas