Extrema esquerda da Espanha se une para disputar eleições
Os partidos de extrema esquerda e ambientalistas espanhóis deixaram suas diferenças de lado e irão disputar juntos as eleições de 23 de julho, o que aumenta as chances de o chefe de governo socialista Pedro Sánchez permanecer no poder.
"Chegamos ao maior acordo político progressista para disputar as eleições. Saímos para ganhar o país!", tuitou o novo movimento Sumar, liderado pela ministra do Trabalho, a comunista Yolanda Díaz, após atrair para a coalizão o partido mais reticente, Podemos, até o momento o mais forte deste lado do espectro político.
Os partidos espanhóis tinham até a meia-noite para apresentar suas candidaturas às eleições antecipadas, convocadas por Sánchez após a derrota da esquerda nas eleições regionais e municipais de 28 de maio.
Yolanda Díaz, figura política mais popular à esquerda dos socialistas, negociava há dias uma candidatura única para todos os partidos desta família política sob a bandeira de sua plataforma Sumar. O Podemos, principal partido da esquerda não socialista, anunciou hoje que estava disposto a disputar as eleições com o Sumar, mas pediu que fosse levantado o veto à sua líder Irene Montero.
- 'Injustiça' -
A decisão de nos unirmos à Sumar "foi tomada, mas nos parece não apenas uma injustiça, mas também um tremendo erro político", a exclusão de Irene Moreno, disse Ione Belarra, do Podemos.
Ministra da Igualdade, Irene foi bastante criticada nos últimos meses no país por ter promovido uma lei sobre violência sexual que teve como efeito reduzir as penas de centenas de agressores.
Partido herdeiro do movimento "dos indignados", que emergiu da crise de 2008, e membro da coalizão no poder, o Podemos foi derrotado nas eleições de maio e temia perder toda a sua influência caso se integrasse à plataforma de Yolanda Díaz, com quem a relação é tensa.
A união da esquerda radical dentro da Sumar é fundamental para que Pedro Sánchez mantenha a esperança de continuar no poder à frente de uma coalizão de esquerda. Segundo uma pesquisa divulgada nesta semana pelo jornal "El País", os conservadores do Partido Popular (PP) e a extrema direita do Vox conquistariam a maioria das cadeiras do Parlamento se a esquerda radical permanecesse dividida.
Em caso de união entre o Podemos e a Sumar, o PP venceria as eleições, mas não conquistaria a maioria absoluta com o Vox, o que deixaria a esquerda com chances de governar, apoiada por partidos regionalistas.
FONTE: Estado de Minas