Foo Fighters mostra força no The Town com classic rock populista e homenagem a Taylor Hawkins: ‘Nos divertimos muito no Brasil’
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Banda liderada por Dave Grohl se apresentou neste sábado (9) no Autódromo de Interlagos e tocou apenas três do álbum mais recente, lançado em junho passado. Foo Fighters se apresenta no The Town 2023
Luiz Gabriel Franco/g1 Poucas bandas fazem um "classic rock" tão competente, ao vivo e em estúdio, como o Foo Fighters. Para alguns, o rock de arena da banda americana pode ser populista demais, ou clichê demais, mas a maioria dos cerca de 100 mil fãs no The Town cantou e se emocionou neste sábado (9). THE TOWN 2023 Assista aos shows dos palcos principais 4º DIA Veja fotos dos shows Programação completa No ano passado, o líder do Foo Fighters teve que lidar com a morte do baterista Taylor Hawkins, em março de 2022. Cinco meses depois, morreu a professora Virginia Grohl, mãe do vocalista e guitarrista. As duas perdas impregnam de melancolia e de crueza o álbum mais recente, "But Here We Are", lançado em junho passado. Influenciam também o setlist desta atual turnê. A bonita "Aurora", do disco "There Is Nothing Left to Lose" (1999), é dedicada a Hawkins. "Vamos tocar para sempre essa música, porque era a preferida do Taylor. Gritem pelo Taylor! A gente se divertiu muito no Brasil…", diz Dave. "Você acredita que há algo mais, para aliviar seu vazio", canta ele. Foo Fighters abre show no The Town com 'All My Life" Embora existam momentos emotivos, a performance não vem tão alterada: seguem firmes o vigor e o excesso de perguntas ("Vocês querem dançar?", "Vocês estão prontos?", "Vocês gostam de rock?", "Vocês querem um pouco mais?", "É isso que vocês querem?"). Não há frontman com mais dúvidas do que Dave. Dentre os hits, certas versões ao vivo funcionam melhor do que outras, é verdade. "Learn to fly" vem meio engasgada, sem a pegada de outras turnês. "Times like these" segue infalível, com a primeira parte levada só na guitarra, à base de dedilhados e do coro da plateia. Indispensáveis, sucessos dos primeiros álbuns como "My Hero", "Generator", "This is a call" e "Monkey Wrench" e "Everlong", melhor música da banda e eterna despedida, deixam o pobre Dave rouco após tanta gritaria. "O público do Brasil é maluco. A gente voa por todo lugar, mas os brasileiros… é verdade, vocês sabem disso, né?", elogia Dave, no fim de "Breakout". A versão ao vivo tem ótima paradinha no primeiro refrão, com fãs cantando a capella. Novo baterista da banda, Josh Freese faz o serviço de maneira correta, sem chamar a atenção, como o requisitado músico de estúdio que sempre foi. O americano de 50 anos bateu ponto (e bumbo) como baterista substituto em bandas como Weezer, Guns N' Roses e Paramore. "Quero que todos dêem boas vindas à pessoa que fez com que fosse possível estarmos aqui está noite. Vocês pensam que não o conhecem, mas ele esteve em todas as bandas nos últimos anos", apresentou Dave, antes de puxar versões de Devo ("Whip It") e Nine Inch Nails ("March of the Pigs"). Mais duas banda do currículo de Freese. Das novidades, "Rescued" é a mais direta. "Aconteceu tão rápido/ E então acabou/ Você está pensando o que eu estou pensando?/ Isso está acontecendo agora?", berra o vocalista. O novo disco, porém, cede apenas essa e mais uma: "The Glass". "Eu tive uma pessoa que amo / E assim, fui deixado para viver sem ele", balbucia o vocalista. Cantar isso baixinho (para os padrões Dave Grohl) parece estar fazendo bem a ele, da mesma forma que pareceu ter feito bem aos fãs.FONTE: G1 Globo