França defende limitação de redes sociais em caso de distúrbios
O governo francês defendeu nesta quarta-feira (5) a "suspensão" de algumas das funções das redes sociais e descartou querer aplicar um "apagão geral" em caso de distúrbios, depois de algumas declarações polêmicas do presidente Emmanuel Macron na véspera.
Durante uma reunião na terça-feira com prefeitos de dezenas de cidades atingidas pelos distúrbios da semana passada, Macron falou sobre a possibilidade de "regulamentar ou cortar" as redes sociais nos casos mais extremos.
"Devemos refletir sobre o uso dessas redes entre os mais novos, nas famílias, na escola, sobre as proibições que devemos adotar", afirmou Macron, em declarações confirmadas pelo seu gabinete.
"Quando as coisas saem do controle por um tempo, dizemos a nós mesmos: talvez estejamos nos colocando em uma situação para regulamentá-las ou cortá-las (...) É importante não fazer isso de forma improvisada. Fico feliz que não precisamos fazer", acrescentou.
A classe política criticou a ideia. "Cortar o acesso às redes sociais? Como China, Irã, Coreia do Norte?", disse o deputado de direita Olivier Marleix. "OK Kim Jong Un", afirmou ironicamente a deputada de esquerda Mathilde Panot.
A presidência francesa indicou que Macron não disse "em nenhum momento que considerou cortar as redes sociais no sentido de um apagão geral", mas referiu-se a "poder suspendê-las de forma temporária e pontual".
Questionado em coletiva de imprensa no final de uma reunião do Conselho de Ministros, o porta-voz do governo, Olivier Véran, indicou que seria uma "suspensão" de algumas funções, como a geolocalização.
Na sua opinião, esta função permite que "os jovens se reúnam em um determinado local, mostrando cenas de como se faz uma fogueira". "São convidados a organizar o ódio no espaço público e aqui temos autoridade para poder suspender", acrescentou.
Em 27 de junho, a morte de um jovem baleado pela polícia durante uma operação de controle de trânsito em um subúrbio de Paris provocou uma explosão de violência com milhares de prisões e carros queimados, que diminuíram nas últimas noites.
FONTE: Estado de Minas