Gerações trans: como 20 anos e uma revolução separam (e unem) duas artistas brasileiras
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A convite do g1, Anne Mota, de 24 anos, protagonista do filme 'Alice Júnior', conversou com a cantora e atriz Renata Peron, de 46, sobre como abraçaram suas identidades. Uma soube que era trans pelo YouTube e teve apoio da família; a outra sofreu violência e rejeição em casa e na rua. Gerações trans: Como vocês se descobriram?
Anne Mota descobriu que era uma pessoa trans aos 12 anos, vendo um documentário no YouTube, e teve apoio da família. Quando tinha essa mesma idade, Renata Peron levou um tapa na cara do pai, que não queria um filho afeminado. E foi expulsa de casa. Pouco mais de 20 anos separam essas duas gerações de mulheres trans. A convite do g1, elas relembram como viveram as mesmas fases de formas bem diferentes (às vezes, nem tanto) — veja nos vídeos. Anne protagonizou e foi premiada pelo filme "Alice Júnior", de 2019, que conta a história de uma adolescente trans. Renata, que se define mais cantora de que atriz, atuou na série "Rotas do ódio", do Globoplay, sobre intolerância. De Roberta Close a Ariadna Na adolescência, nos anos 80/90, Renata Peron não sabia que era travesti: só começou a entender quando viu Roberta Close e Rogéria na TV. Na mesma fase da vida, já nos anos 2010, Anne teve outras referências: Ariadna Arantes, primeira transexual no BBB, e a modelo Lea T, filha do jogador de futebol Toninho Cerezo, que falou ao Fantástico sobre sua cirurgia de redesignação de gênero. O que significam as letras de LGBTQIAP+ Renata resolveu abraçar plenamente sua identidade aos 27 anos, depois de sair de Juazeiro (BA) para São Paulo e ser espancada na Praça da República, em 2007. Sete anos depois, foi a vez de Anne decidir fazer sua transição, fora do país. Achou que seria difícil realizar isso no Brasil; já tinha sofrido agressões na escola "por ser considerada um garoto afeminado". Gerações trans: Violência e transfobia Arte e luta Elas também revelam muitas semelhanças, além da identidade de gênero. A arte, a militância e a esperança no futuro unem essas duas mulheres nordestinas de gerações bem diferentes. Renata, hoje com 46 anos, conseguiu ultrapassar os 35, tidos como "expectativa de vida" para pessoas trans, no país que mais mata essa comunidade em todo o mundo. E a luta "das que vieram antes" e a revolução da tecnologia e das conversas na sociedade abriu caminho para que Anne, que tem 24 anos, encontrasse informações e algum acolhimento desde cedo. Gerações trans: FuturoFONTE: G1 Globo