Governo espanhol enfrenta moção de censura da extrema direita
O Parlamento espanhol começou nesta terça-feira(21) a debater uma moção de censura promovida pela extrema direita contra o governo de esquerda de Pedro Sánchez, que deve fracassar por falta de apoio.
A iniciativa, lançada pelo partido ultranacionalista Vox, a dois meses das eleições municipais e regionais de 28 de maio e nove das eleições legislativas previstas para o final do ano, vai ser discutida até quarta-feira, quando os deputados devem votar.
É a segunda moção apresentada contra Sáchez pelo Vox, depois da primeira, em setembro de 2020, que fracassou. Desta vez, o porta-voz escolhido pelo partido para defender a moção de censura foi um comunista de 89 anos, Ramón Tamames.
Opositor durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), foi um dos dirigentes do Partido Comunista na transição para a democracia após a morte do ditador. Nos últimos tempos, porém, esse professor de Economia se voltou para a direita.
Tamames acusou o Executivo de não "respeitar a divisão de poderes" e de promover "uma explosão geral de gastos públicos para fins eleitorais".
Em sua resposta, Pedro Sánchez lamentou que o Vox "se esconda atrás de um candidato das circunstâncias" para fazer um "espetáculo parlamentar".
Terceira força política do país desde que chegou ao Parlamento em 2019, o Vox governa em coligação com o PP na região de Castela e Leão (norte). A replicação deste modelo a nível nacional é esperada se, como preveem as pesquisas, o PP ganhar as eleições legislativas no final do ano, embora seja obrigado a negociar com a extrema direita para formar o governo.
As posições ultraconservadoras do partido, principalmente sobre o aborto, colocaram o PP em apuros nos últimos meses, que tenta se distanciar do Vox.
FONTE: Estado de Minas