Grécia realizará eleições em maio, após tragédia ferroviária
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou na noite desta terça-feira (21) a convocação de eleições gerais, três semanas após uma catástrofe ferroviária que causou indignação no país e enfraqueceu o seu governo.
"Posso afirmar que as eleições serão realizadas em maio", afirmou Mitsotakis, líder do partido conservador Nova Democracia, em declarações ao canal de TV privado Alpha.
Em 28 de fevereiro, a colisão entre dois trens deixou 57 mortos e provocou uma onda de protestos na Grécia contra o governo.
O chefe do Executivo, no poder há quase quatro anos, não informou com precisão a data das eleições legislativas, que devem acontecer até julho, quando termina o seu mandato. Autoridades haviam previsto convocar eleições em abril, segundo a imprensa, mas o desastre ferroviário, o mais letal na história do país, levou a uma mudança de planos.
O líder abriu caminho para a realização de uma nova votação caso na primeira não seja alcançada a maioria absoluta, ou se os partidos mais votados não conseguirem formar uma coalizão.
A responsabilidade pelo acidente foi atribuída, principalmente, ao chefe noturno da estação de trens, que foi colocado em prisão preventiva. Mas especialistas e a imprensa acusam o governo de Mitsotakis de não ter agido em quatro anos de legislatura para remediar as deficiências crônicas do sistema ferroviário grego.
Afetado por uma gestão da tragédia considerada calamitosa, Mitsotakis prometeu "transparência absoluta" na investigação judicial.
A Grécia já havia entrado em período pré-eleitoral quando um escândalo de escutas telefônicas estourou no verão passado, acertando um duro golpe no gabinete do primeiro-ministro. Desde então, a oposição de esquerda exigia a antecipação das eleições.
As pesquisas mais recentes realizadas após o acidente ferroviário apontam uma queda na diferença de intenções de voto entre o conservador Nova Democracia (ND) e o esquerdista Syriza, liderado pelo ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras. Com entre 28,5% e 30,2% das intenções de voto, a vantagem do ND caiu para entre 3,5 e 4,1 pontos.
FONTE: Estado de Minas