Grupos palestinos rivais formam ‘comitê de reconciliação’

30 jul 2023
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Líderes de grupos palestinos rivais reunidos no Egito neste domingo concordaram em formar um comitê de reconciliação, uma iniciativa que busca pôr fim a um cisma de 17 anos.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, teve um encontro raro com o líder da organização islamita palestina Hamas, Ismail Haniyeh, em El Alamein. A reunião buscou aproximar facções diferentes, divididas entre a Autoridade Palestina, encabeçada por Abbas como líder do Fatah em territórios da Cisjordânia ocupada, e a área sob o controle do Hamas.

Líderes de outros grupos também participaram do encontro, com exceção da Jihad Islâmica, que colocou como condição a libertação de presos detidos pela Autoridade Palestina.

Haniyeh, cujo grupo controla a Faixa de Gaza desde 2007, pediu o fim "da colaboração" em segurança com Israel e das "prisões políticas", segundo participantes da reunião.

Haniyeh pediu "a reestruturação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP)", que inclui várias facções, com exceção do Hamas e da Jihad Islâmica, e que busca a formação de um Estado. O líder do Hamas afirmou que "um novo parlamento deve ser formado, com base em eleições democráticas livres".

O Hamas venceu as últimas eleições legislativas, em 2006, mas os resultados não foram reconhecidos nem pelo Fatah, nem pela comunidade internacional. No ano seguinte, teve início um confronto entre ambas as facções, que terminou com a criação de dois sistemas políticos separados, um na Cisjordânia e outro em Gaza.

Abbas pediu hoje que "o golpe de Estado e a divisão terminem", referindo-se aos confrontos após as eleições de 2006, e pediu o retorno "a um só sistema", afirmando que a OLP é o único representante legítimo dos palestinos.

- Expectativas baixas -

Para avançar neste objetivo, Abbas, 87, anunciou "a formação de um comitê para dar prosseguimento ao diálogo, eliminar as divisões e obter a união nacional palestina". Mais tarde, expressou que espera, "em breve, uma próxima reunião no Egito, para anunciar" o fim da divisão, que já dura 17 anos.

O cientista político palestino Mujaimer Abu Sada advertiu à AFP que a formação do comitê não é um motivo de comemoração: "A melhor maneira de matar algo é formar um comitê." Sada disse duvidar que isto possa levar ao fim da divisão ou a uma data para a realização de eleições.

A reunião no Egito aconteceu em um momento de escalada da violência, principalmente na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. Desde o começo do ano, 203 palestinos, 27 israelenses, um ucraniano e um italiano foram mortos em atos de violência relacionados ao conflito israelense-palestino, segundo um balanço feito pela AFP com base em fontes oficiais israelenses e palestinas.


FONTE: Estado de Minas


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