Hamas liberta mais duas reféns
O movimento islamita palestino Hamas libertou nesta segunda-feira (23) duas mulheres sequestradas durante seu ataque em território israelense no último dia 7, que estavam retidas na Faixa de Gaza, informaram fontes de ambos os lados.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, identificou as libertadas como Yocheved Lifschitz, de 85 anos, e Nourit Kuper, de 79, ambas de nacionalidade israelense e originárias do kibutz Nir Oz, onde foram sequestradas juntamente com os maridos, que ainda são mantidos reféns.
Depois de serem transportadas em um helicóptero militar, as duas mulheres chegaram a um centro médico de Tel Aviv, uma em uma maca e a outra em uma cadeira de rodas, observou um jornalista da AFP. Segundo o governo de Israel, familiares estavam no local para recebê-las.
"Não sei para onde me levaram", disse Yocheved, citada pelo site de notícias israelense Ynet. "Fui colocada de lado em uma moto, para que eu não caísse, um terrorista me segurando pela frente, e outro, por trás. Eles cruzaram a fronteira com a Faixa de Gaza e me mantiveram primeiro na cidade de Abesan. Depois disso, não sei para onde fui levada."
O porta-voz do braço militar do Hamas, Abu Obeida, afirmou que as duas reféns foram libertadas "por razões humanitárias urgentes", graças à mediação do Catar e do Egito. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou que facilitou a libertação das reféns. O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao Egito e à Cruz Vermelha.
- Alívio -
A TV egípcia mostrou imagens das reféns libertadas sendo antendidas em ambulâncias após chegarem à passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Em vídeo divulgado pelo braço militar do Hamas, as duas mulheres aparecem acompanhadas de membros do movimento, encapuzados e armados, servindo-lhes comida e bebida, antes de entregá-las a funcionários da Cruz Vermelha.
"Embora me faltem palavras para expressar meu alívio por saber que estão a salvo, continuo concentrada na libertação do meu pai e das 200 pessoas inocentes ainda retidas em Gaza", disse a filha de Yocheved, Sharone Lifschitz, de nacionalidade britânica.
O movimento islamista acusou Israel de ter violado "em oito ocasiões os acordos sobre a operação de libertação que haviam sido fechados com os mediadores para que a mesma ocorresse com sucesso".
Segundo autoridades israelenses, cerca de 220 cidadãos de Israel, estrangeiros ou com dupla nacionalidade foram levados à força para o território palestino por combatentes do Hamas durante o ataque de 7 de outubro.
"O governo de Israel, o Exército e o conjunto dos serviços de segurança continuarão agindo com o melhor de sua capacidade e dos seus esforços para encontrar todos os reféns e devolvê-los às suas casas", ressaltou Netanyahu.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu hoje a libertação de todos os reféns do Hamas antes de poder discutir um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita.
Segundo Israel, cerca de 1.400 pessoas morreram nos ataques do Hamas, a maioria civis e no primeiro dia. O movimento palestino calcula em mais de 5.000 os mortos nos bombardeios a Gaza.
FONTE: Estado de Minas