Instituto de pai de Rafaela Drumond vai acolher vítimas de assédio e discriminação em MG

11 jan 2024
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Espaço será inaugurado em Barbacena. Escrivã foi encontrada morta em casa no ano passado após ter denunciado casos de assédio na delegacia em que trabalhava. Delegado foi multado de R$ 2 mil e processo foi arquivado. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil

Reprodução/Redes Sociais

O pai da escrivã da Polícia Civil, Rafaela Drumond, vai fundar um instituto com o nome dela em Barbacena (MG) para o acolhimento de pessoas vítimas de assédio ou qualquer tipo de discriminação. Rafaela foi encontrada morta no ano passado após ter denunciado assédio moral na corporação.

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A assembleia de Fundação do Instituto Rafaela Drumond será realizada no dia 4 de fevereiro, às 14h, no Salão Alegria, localizado na Rua José Edwards Ribeiro, 503, no Bairro Boa Vista. Aldair Drumond e familiares iniciaram a distribuição de convites para a fundação.

“O Instituto Rafaela Drumond surge com a missão de apoiar pessoas e de valorizar a vida”, destaca o convite.

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Ao g1, Aldair destacou que após a repercussão da morte de Rafaela Drumond, diversas outras mulheres que exercem a mesma função da filha o procuraram para conversar sobre situações semelhantes vividas por elas e, a partir daí, ele pensou em fundar o instituto.

“Na minha situação de pai eu consegui orientar e ajudar muitas delas. Algumas pediram exoneração do cargo para dar significado às próprias vidas e outras se ressignificaram dentro do próprio serviço”, revelou.

O Instituto Rafaela Drumond terá como objetivo central o apoio às todas as pessoas que sofrem qualquer tipo de discriminação, de gênero, raça, sexo, religião, no ambiente familiar, do trabalho, da escola, dentre outras.

Aldair Drumond, pai de Rafaela

TV Integração/Reprodução

Aldair Drumond explicou à reportagem que inicialmente a ideia era oferecer acolhimento somente às mulheres, mas que depois de conversas com os demais familiares ficou decido que o acolhimento deveria atender a todos.

“O instituto vai ser para pessoas trans, idosos, crianças que estão sofrendo, ou seja, todos que precisarem de ajuda. Com esse sofrimento eu percebi que a palavra mais importante que nós temos é Deus e, depois, ajuda. A finalidade é essa, ajudar as pessoas”, completou.

No dia da fundação será feita uma homenagem à Rafaela Drumond e aprovada a minuta de fundação do instituto, bem como eleição da diretoria.

Relembre o caso

09/06:

Rafaela Drumond foi encontrada sem vida pelos pais em casa, que fica em um distrito de Antônio Carlos. A escrivã, que tinha 31 anos, era lotada em Carandaí.

12/06:

Polícia Civil abre investigação sobre a morte da policial. Em paralelo à apuração policial, o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) informou sobre o recebimento de diversas denúncias de que a vítima vinha sofrendo assédio moral, sexual, além de pressão com a sobrecarga no trabalho.

13/06:

Em entrevista à TV Integração, o pai Aldair Divino Drumond disse que a filha não chegou a contar sobre os assédios.

15/06:

Um vídeo que mostra a escrivã sendo xingada começa a circular nas redes sociais. A perícia, na época, disse que iria investigar.

21/06:

Em áudios enviados a uma amiga em fevereiro deste ano, a escrivã relatou episódios de assédio moral e sexual, perseguição, boicote e até uma tentativa de agressão física.

23/06:

Delegado e investigador de Carandaí são transferidos de unidade.

29/06:

Delegado e investigador que trabalhavam com escrivã prestam depoimento.

18/10:

Ministério Público vê omissão de delegado investigado em caso de escrivã encontrada morta.

24/10:

Justiça acata o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso. Com isso, ficou confirmado o arquivamento do inquérito policial que apurava o investigador Celso Trindade de Andrade. Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”.

17/11:

Justiça marca para o dia 27 de novembro a audiência preliminar do processo que envolve a morte da escrivã Rafaela Drumond.

27/11:

Após audiência, foi acordado que o delegado Itamar Cláudio Netto irá pagar R$ 2 mil de multa.

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FONTE: G1 Globo

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