Inversão térmica marca os dias de inverno na capital

02 jul 2023
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O inverno chegou, as temperaturas despencaram e quem tem de sair da cama logo cedo enfrenta nas manhãs, não só o frio da estação, mas também um visual diferente, um céu esbranquiçado, com uma espécie de "fumacinha" pairando sobre as cabeças dos belo-horizontinos. Trata-se da chamada inversão térmica. Mas, você sabe o que é?

O meteorologista Ruibran dos Reis explica: "A temperatura, normalmente, a medida que sobe na atmosfera, ela vai caindo. Isso ocorre até 12, 13 quilômetros de altura. Essa primeira camada chamamos de troposfera, onde a temperatura vai caindo em torno de 0,6 grau a cada 100 metros. Nos meses de outono e inverno, devido à ausência de nebulosidade, a Terra emite todo o calor que recebe do sol durante o dia e a noite, e, com isso, as temperaturas caem muito na superfície. E, essa bolha de calor que se forma durante o dia, vai subir à noite e e fica estacionada entre 500 e 700 metros de altura. Então, em vez de a temperatura cair nestas primeiras camadas até mil metros, ela começa a subir. E depois de passar por essa camada, ela volta a cair normalmente. Então, essa camada forma um tampão, retendo um material particular da atmosfera, que é o que chamamos de inversão térmica. Ela segura todo o material emitido pelos carros, poeira, todos os tipos gases".

De acordo com Ruibran dos Reis, "a investão térmica, então, existe nos meses de outono e inverno pela ausência de nebulosidade à noite porque, quando há nebulosidade, a terra emite onda longa, emite calor e esse calor bate nas nuvens e volta para a superfície da terra e impede que a inversão térmica ocorra".
 
Para o meteorologista, "podemos ter inversão térmica bastante forte neste mês de julho devido ao aquecimento global".

El niño, falta de chuva e poluição

Ruibran dos Reis alerta ainda que o fenômeno também é ampliado pela presença do El Niño, "que já está atuando". O El Niño é outro fenômeno de grande alcance que envolve o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, com o aumento da temperatura global, levando a impactos significativos no clima. 

Especialistas alertam que o El Niño deve atingir o pico em dezembro de 2023 e janeiro e fevereiro de 2024, e o mundo pode enfrentar mais consequências relacionadas ao aquecimento global. A previsão indica que esse fenômeno pode resultar em menos chuvas nas regiões da Amazônia e do Nordeste, e em mais chuvas no Sul do Brasil. 

FONTE: Estado de Minas

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