Investidor mineiro da Bolsa distribui lucros para desconhecidos nas ruas; veja reações em VÍDEO

07 maio 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Trader do Bem doa dinheiro para ‘pessoas que estão na batalha diária’, como ambulantes, entregadores por aplicativo e catadores de recicláveis. Iniciativa começou em Juiz de Fora e vai passar por outras cidades do país. Câmara escondida flagra reações. Investidor mineiro distribui lucros para desconhecidos nas ruas

Investir na bolsa de valores, receber os lucros e distribuí-los aleatoriamente pelas ruas por onde passa. Essa é a ideia de um juiz-forano de 36 anos que resolveu colocar os 17 anos de estudo em Sistemas de Informação para desenvolver uma ação solidária.

Compartilhe no WhatsApp

Compartilhe no Telegram

O gesto, iniciado há um ano, foi ganhando corpo e se transformou no projeto "Trader do Bem", com a criação de um perfil nas redes sociais para divulgar a iniciativa e compartilhar a reação de quem inesperadamente é abordado nas ruas.

O idealizador prefere ficar no anonimato, mas nesta reportagem o g1 vai chamá-lo de Alfredo. Ele afirma que a naturalidade da abordagem das pessoas nas ruas e a desvinculação de uma imagem pessoal no projeto são as duas principais razões para manter o nome em segredo.

Alfredo, que é formado em Sistema de Informação e mestre pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) atua como trader, que é um investidor do mercado financeiro para ganhar dinheiro com operações de curto prazo.

O objetivo dele, que também criou um canal de vídeos na internet para ensinar as operações, é que todos os interessados tenham a oportunidade de aprender sobre o mercado financeiro e ser também um trader – e, por que não do bem?

Robô do bem

Para que a iniciativa saísse do papel, Alfredo personalizou uma tecnologia – dentro da legalidade, garante ele - para otimizar seus investimentos. As operações passaram a ser realizadas a partir do ‘robô do bem’:

“Geralmente as pessoas usam um notebook, acessam uma corretora de valores e fazem as operações no mercado financeiro através do computador conectado na corretora. Com minha experiência na área de tecnologia, resolvi automatizar isso. Desenvolvi um programa que se conecta na corretora e ele mesmo faz os apertos de botões que eu fazia manualmente”.

Com o lucro em mãos, o próximo passo é ir às ruas distribuir parte do investimento a trabalhadores que circulam pelas vias. As primeiras ações foram em Juiz de Fora, mas, aos poucos, elas estão sendo realizadas em outras cidades.

Algumas delas são gravadas e postadas nas redes sociais.

Initial plugin text

“Procuro pessoas que estão trabalhando na rua: um ambulante, um entregador por aplicativo, um catador de recicláveis, essas pessoas que estão na batalha do dia a dia”, explica o investidor, que também não se esquece de instituições sociais por onde vem passando.

No dia da conversa com o g1, ele e a esposa estavam em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Viagens também estão programadas para Belo Horizonte, Salvador e depois até o Norte do país. Só em março, ele afirma que distribuiu cerca de R$ 5 mil.

“A ideia é quebrar o ciclo de tensão e arrancar um sorriso naquela hora. Isso é muito bom”.

Identidade preservada

O Trader diz ter razões por não expor seu rosto e sua identidade.

“São duas. Primeiro, o pessoal começou a me abordar na rua, tirando a naturalidade, a surpresa e a reação espontânea. Outro motivo é que muita gente julga esse conflito de interesses, de eu tá divulgando a minha imagem em cima de um projeto social. Eu concordo e não quero divulgar minha imagem nessas ações”, explica ele, que também diz que o lucro vem a partir de investimento próprio.

“Os recursos são todos meus, o investimento que fiz para operar o mercado e gerar capital é todo meu também. Não tem dinheiro de ninguém envolvido. É uma iniciativa minha e eu não gostaria de ser julgado por fazer marketing encima disso”, destaca ele, reconhecido no meio com o Certificado Nacional do Profissional de Investimentos (CNPI).

Initial plugin text

Ele, que diz ter construído um patrimônio que permite a iniciativa, faz questão de frisar que não projeta lucros – exceto o do robô que opera o dinheiro de forma automática na corretora.

“Vivo hoje do patrimônio que construí e hoje tenho condições de destinar uma parte do meu patrimônio para essa fazer ação. Não vendo o robô para ninguém, não vendo o curso, não sou empresário, não tenho comércio”.

O sonho, conforme ele, é seguir sendo exemplo: “O objetivo é levar isso para os quatro cantos, inspirar pessoas para também fazerem o mesmo. É uma experiência muito rica”.

LEIA TAMBÉM:

DIA MUNDIAL DA EDUCAÇÃO: Dia da educação: conheça sete iniciativas que transformam a vida de jovens brasileiros

DICAS: Como evitar 6 erros comuns ao se investir na Bolsa de Valores

B3: Estagiário larga emprego na pandemia e diz ter lucrado R$ 700 mil como 'day trader'; especialistas alertam para riscos

📲 Confira as últimas notícias do g1 Zona da Mata

📲 Acompanhe o g1 no Facebook e Instagram

📲 Receba notícias do g1 no WhatsApp

VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes


FONTE: G1 Globo