Israelenses e palestinos choram seus mortos após nova onda de violência

21 jun 2023
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Israelenses e palestinos choraram por seus mortos em funerais organizados nesta quarta-feira (21), incluindo vários adolescentes, que perderam a vida em uma nova espiral de violência na Cisjordânia ocupada.

No episódio mais recente da escalada de violência, quatro israelenses morreram na terça-feira vítimas de tiros palestinos perto da colônia judaica de Eli, entre Ramallah e Nablus, na Cisjordânia, de acordo com o Exército do Estado hebreu.

Os dois agressores também foram mortos a tiros, um no local do ataque e outro depois de fugir.

O ataque aconteceu um dia após confrontos violentos durante uma incursão do Exército israelense ao acampamento de refugiados de Jenin, onde os soldados encontraram forte resistência.

O Ministério palestino da Saúde anunciou que uma adolescente de 15 anos, atingida na segunda-feira, não resistiu aos ferimentos, o que eleva para sete o número de palestinos mortos durante a operação - incluindo um combatente da Jihad Islâmica.

A adolescente foi enterrada nesta quarta-feira em Jenin.

Do lado israelense, quase ao mesmo tempo, acontecia o funeral de um adolescente de 17 anos, que morreu durante o ataque de terça-feira, na colônia de Shilo (norte).

Um homem de cerca de 60 anos, que também morreu na terça-feira, foi enterrado em Eli, e as outras duas vítimas foram sepultadas durante a noite.

Descrito como "chocante e repugnante" pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o ataque em Eli também deixou quatro feridos. Um deles se encontra em estado grave, mas estável, de acordo com o Hospital Shaarei Tzedek, em Jerusalém.

Em Balata, um campo de refugiados palestinos próximo a Nablus, dois jovens de 17 e 18 anos morreram em uma explosão na terça-feira, segundo fontes locais.

As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, um grupo armado ligado ao Fatah, o movimento do presidente palestino, Mahmud Abbas, chamaram os jovens de "heróis" que morreram enquanto preparavam um artefato explosivo para lutar "contra a ocupação israelense".

- Demolição de casas -

Depois do ataque em Eli, o Exército anunciou nesta quarta-feira a detenção de "três pessoas procuradas (...) para interrogatório", durante uma operação na aldeia palestina de Urif, de onde eram os dois agressores mortos.

Segundo o Exército, os soldados também trabalham no planejamento da destruição das casas dos dois homens.

Israel costuma demolir as casas de palestinos acusados de atacar os cidadãos do país. O governo defende o efeito dissuasivo da política. Os críticos denunciam, porém, um castigo coletivo que afeta as famílias, que ficam na rua.

Em Huwara, perto de Nablus, quase 100 colonos judeus atacaram os moradores e incendiaram terras agrícolas na terça-feira, de acordo com o prefeito dessa cidade palestina e com um residente entrevistado pela AFP por telefone.

O ataque é similar ao ato de represália executado em fevereiro, após um ataque palestino, que resultou na morte de dois israelenses na mesma área.

Um jornalista da AFP observou oliveiras em chamas no local. Dezenas de pessoas ficaram feridas, segundo o Crescente Vermelho palestino.

Também houve ataques de colonos em Al-Lubban al-Sharqiya, perto de Eli, e em Beit Furik (norte).

O norte da Cisjordânia é cenário de violência recorrente. As incursões militares israelenses costumam terminar em confrontos mortais com os habitantes palestinos.

O governo americano condenou o "ataque terrorista contra israelenses perto de Eli" e disse estar "preocupado com a continuidade da violência em Israel e na Cisjordânia nas últimas semanas".

Desde o início do ano, pelo menos 170 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano morreram em atos de violência relacionados com o conflito, segundo um balanço da AFP com base em informações divulgadas por fontes oficiais israelenses e palestinas.


FONTE: Estado de Minas


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