Itália extradita militar uruguaio acusado de morte de esquerdista em 1973
A Itália extraditou um militar uruguaio procurado pelo país sul-americano pela morte, sob tortura, de um jovem argentino de esquerda em 1973, durante a ditadura, anunciaram as autoridades italianas nesta quinta-feira (6).
Hermes Mario Tarigo Giordano, alvo de uma ordem de prisão internacional por "homicídio especialmente qualificado", foi entregue na quarta-feira à polícia uruguaia no aeroporto de Roma, informaram os policiais italianos em nota.
O militar reformado estava foragido da Justiça uruguaia desde 2011. Ele foi preso em Capaccio Paestum, região de Salerno, em circunstâncias ainda não divulgadas.
Tarigo é acusado de provocar a morte de Gerardo Moisés Alter, nascido na cidade argentina de La Plata, militante do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), na Argentina, e do Movimento de Liberação Nacional-Tupamaros (MLN-T), no Uruguai.
Em agosto de 1973, dois meses depois do golpe militar no Uruguai, Alter foi detido com outros dois guerrilheiros tupamaros e levado ao Batalhão Florida, onde morreu, aos 27 anos, devido às torturas que sofreu.
Segundo associações uruguaias que buscam pistas de membros da ditadura procurados por crimes, Tarigo era capitão naquele período, mas se reformou como coronel. O militar tem 82 anos.
Em 2011, o Parlamento do Uruguai aprovou uma lei que declarou imprescritíveis os crimes cometidos durante a ditadura (1973-1985).
FONTE: Estado de Minas