Jornalistas recebem envelopes contendo explosivos no Equador

20 mar 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Cinco envelopes contendo pen drives carregados com explosivos foram enviados a jornalistas no Equador, e um deles explodiu, sem causar ferimentos graves, informou o ministro do Interior do país, Juan Zapata.

Segundo o ministro, da localidade de Quimsaloma, na província costeira de Los Ríos, foram enviados três envelopes a Guayaquil, e dois, a Quito.

Os envelopes estavam dirigidos aos jornalistas Lenin Artieda, da Ecuavisa; Mauricio Ayora, da TC Televisión; Carlos Vera, apresentador de programas em veículos de comunicação locais; Milton Pérez, da Teleamazonas; e Miguel Rivadeneria, da rádio EXA.

O envelope endereçado a Vera foi interceptado pela polícia em uma empresa de correio de Guayaquil e não chegou a seu destino, destacou Zapata.

Um dos principais portos de exportação de cocaína para a Europa, Guayaquil é epicentro de disputas violentas entre quadrilhas de narcotraficantes. "Há uma mensagem absolutamente clara de calar jornalistas que foram fortes em sua forma de ser, ou de calar a imprensa", expressou o ministro.

O comandante nacional de Criminalística da Polícia, Xamier Chango, comentou que "a carga usada no dispositivo que explodiu na emissora Ecuavisa poderia ser 'RDX', um explosivo de tipo militar".

Devido à semelhança entre os cinco casos, o Ministério Público abriu uma investigação única por terrorismo, crime punido com até 13 anos de prisão. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) pediu às autoridades "garantir a segurança" dos trabalhadores da imprensa e "investigar rapidamente esse ataque à liberdade de imprensa. É uma situação grave, que deixa os jornalistas e empresas de comunicação em estado de comoção."

A ONG Fundamedios, que promove a liberdade de imprensa no país, explicou que o envelope endereçado a Artieda continha uma ameaça ao jornalista. O que foi endereçado à Teleamazonas incluía uma nota que dizia: "Esta informação irá desmascarar o correísmo. Se achar que é de utilidade, podemos chegar a um acordo e lhe envio a segunda parte. Entro em contato com você."

A Fundamedios expressou que o ocorrido "é preocupante, inaceitável", viola a liberdade de expressão e "requer a intervenção imediata do Estado".

O governo do presidente Guillermo Lasso criticou "os atos violentos cometidos contra jornalistas e veículos de comunicação", e as tentativas "de amedrontar" o jornalismo.

No ano passado, o canal RTS foi atacado com disparos, e, em 2020, um artefato explodiu nas instalações da emissora Teleamazonas.

O Equador vivencia atualmente uma forte onda de violência que cresceu juntamente com as apreensões de drogas. O índice de mortes violentas no país passou de 14 para cada 100.000 habitantes em 2021 para 25 a cada 100.000 em 2022.


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO