Jovem do Complexo da Penha que saiu das ruas para brilhar no futebol estrela documentário do Festival do Rio

13 out 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Yasmin Pereira da Silva, de 18 anos, é uma das protagonistas de ‘I am somebody’, que mostra a vulnerabilidade e ascensão de crianças pobres durante a Copa do Mundo de Crianças de Rua, no Catar. Jovem do Complexo da Penha estrela documentário do Festival do Rio

O campinho de terra batido podia ser no Brasil ou no Paquistão. A situação de vulnerabilidade e a esperança de mudar de vida através do futebol também.

Esses são alguns dos elos que ligam a vida de seis crianças retratadas no documentário “I am somebody”, da cineasta Jamillah Van Der Hulst, que no Brasil teve a direção de Maria Clara Costa, estreia desta sexta-feira (13) no Festival de Cinema do Rio.

Foi Maria Clara quem escolheu contar a história da jovem Yasmin Pereira da Silva, de 18 anos, moradora de rua até 2017, quando recebeu ajuda da ONG Street Child United Brazil, que tem sede na comunidade do Caracol, no Complexo da Penha.

“Antes, eu achava que ia vender doce na rua para sempre e nada ia mudar na minha vida. Agora já tenho uma casa e sei que posso conseguir mais coisas com o futebol”, diz Yasmin.

Yasmin no campinho da ONG, na ocupação em que viveu e na Copa do Mundo do Catar

Reprodução

Ela nasceu e se criou na rua com a avó Jorgina da Silva, de 56 anos. As duas moravam em ocupações ou espaços abandonados. Foi em uma dessas moradias improvisadas que Yasmin começou a jogar bola em um dos campinhos do Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, no time do Estrela Nova.

“Sempre gostei de jogar, jogo desde os 8 anos. Jogava no campinho, sozinha, onde dava”, conta ela, que foi vista e convidada para participar da ONG.

Lá, ela conseguiu ajuda e uma casa para morar no Caracol, mas novos fatores passaram a ameaçar a vida de Yasmin, como a violência.

“A cena de abertura do filme é um tiroteio que começou quando estávamos gravando. De início, achamos que era tiroteio, depois ficamos sabendo que eram tiros em homenagem a um traficante que tinha morrido. Apesar disso, acho que a ONG é um oásis naquele lugar e proporciona as crianças serem crianças”, conta a diretora de fotografia, Silvia Gangemi.

Uma das cenas do documentário

Reprodução

Todo esse cenário de pobreza, desamparo e sonhos foi registrado em 2022, durante a preparação para a Copa do Mundo das Crianças de Rua, no Catar, e no evento em si, com outras cinco crianças, vindas de Bangladesh, Paquistão e da Palestina.

Mas além do passado de Yasmin, que vai passar na tela grande do cinema, ela já começou a escrever seu futuro.

Depois de sair campeã da Copa do Mundo do Catar, ela foi convidada para virar atleta da base do Fluminense, onde atua como atacante.

“Hoje consigo ver um futuro, sei que posso conseguir mais coisa pelo futebol e escolhi isso por mim e pela minha família”, diz.


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO