Juiz de Fora e o caminho para o futuro
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O impacto da Trilhas do Desenvolvimento do Usuário e da Família chega aos jovens e modifica o cenário da cidade, que adere cada vez mais aos caminhos construídos pela Rede Cidadã Encontro de aprendizes em Juiz de Fora sobre a importância da aprendizagem profissional como ponte entre a escola e o trabalho.
Luiz Fernando Pires Priamo “Uma andorinha só não faz verão”. A frase, creditada ao filósofo grego Aristóteles, tem em seu significado a definição de um movimento coletivo para construir algo. Transferindo para a nossa sociedade, a realização das andorinhas se reflete em todo trabalho cujos ganhos são o benefício coletivo, construído por muitas mãos e corações. Ao longo dos últimos 20 anos, a organização social Rede Cidadã traz em si esse espírito da construção coletiva de sonhos e vidas. Passando a atuar em mais de 60 cidades de nove estados brasileiros e tendo sua metodologia aplicada em seis países, expandindo os planos e levando perspectiva para cada vez mais aprendizes, a Rede forma um enorme “bando de andorinhas” todos os anos. A ideia é criar novas perspectivas e, com a junção de poder público, empresas e aprendizes, formar uma rede coesa para realizar a formação socioemocional de jovens que abastecem um mercado de trabalho mais qualificado. Com o sucesso obtido em outras regiões, a Rede deu o pontapé nos trabalhos em Juiz de Fora no ano de 2010. Ao longo desse tempo, já foi possível encaminhar mais de 2400 de jovens da cidade ao mercado de trabalho, sobretudo, em situação de vulnerabilidade e atualmente a instituição realiza o trabalho com 472 aprendizes na cidade. A Rede tem como um de seus objetivos suprir as necessidades reais da cidade, por isso atua em conjunto ao Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, entre outras frentes públicas e privadas para que sempre sejam elaboradas ações efetivas. “A Rede se destaca não só em Juiz de Fora, mas em todo o território nacional. Por ser uma entidade que promove o autoconhecimento, trabalha o desenvolvimento socioemocional das pessoas e desperta o olhar das empresas, das entidades sobre o ser humano que está por trás de um aprendiz. Sobre como ele, por meio do autoconhecimento, assim como por meio do desenvolvimento da sua comunicação, das suas questões emocionais, pode ir além de ser tornar apenas uma mão de obra”, explica Diogo Esteves, Coordenador da Rede Cidadã em Juiz de Fora. Diogo Esteves, coordenador da organização em Juiz de Fora, celebra o êxito do trabalho com os jovens. Luiz Fernando Pires Priamo A TRILHA Inaugurando a recente implantação da metodologia da Trilha de Desenvolvimento do Usuário e da Família em Juiz de Fora, a Rede dá passos em direção à uniformidade de seus programas de aprendizagem nas 64 cidades onde atua. A Trilha traz o envolvimento entre entes públicos e privados, mantendo a ideia de rede construída por muitas mãos, e visa, como diferencial, atrair e auxiliar a vida dos jovens e suas famílias. “Esse é um trabalho de ‘formiguinha’, mas que a Rede vem, ao longo desses 20 anos, construindo. E agora, neste momento, a gente está reforçando essa metodologia, inovando, porque a gente percebe o quanto é importante estar em uma comunidade, junto à sociedade. Para ser estabelecido esse relacionamento e termos sucesso, sozinha a Rede Cidadã não vai conseguir”, afirma Keure Chamse, Gerente de Operações da Rede Cidadã, trazendo a expectativa da organização com a implantação da metodologia da Rede. A Rede Cidadã oferece em todas as regiões do Brasil cursos de aprendizagem que passam pelas áreas de Ocupações Administrativas, Alimentação, Produção, Logística, Conservação e Zeladoria, Comércio, Adolescente Bancário, Jovem Bancário, Práticas Desportivas, Mediador da Tecnologia, Suporte Técnico em TI e Turismo e Hospitalidade. O objetivo é que as empresas acessem o banco de talentos da organização com a finalidade dos profissionais da Rede acompanharem o desenvolvimento até o passo final, para uma autonomia total do indivíduo. A diversidade também é um dos pontos preconizados pela Rede em seus trabalhos. Além do recorte feito dentro do aspecto da vulnerabilidade social, procura-se dar oportunidade a públicos distintos como aprendizes, estagiários, jovens em cumprimento de medida socioeducativa, pessoas em situação de rua, idosos, comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e outros. “Sempre é bom estudar e estimular a cada dia mais os alunos para fazer, aprender e para ter um futuro melhor. Ajuda bastante na questão da socialização e ajuda bastante na comunicação e nas formas de interagir com os amigos. Então, é muito bom, muito importante e eu gosto”, diz Simone Teodoro, mãe da aprendiz Samiris de Souza Teodoro, 20 anos, que está dentro do Espectro Autista (TEA) com retardo mental leve. Após sua entrada para a Rede Cidadã, por meio do projeto Rede Inclusiva, e com o acompanhamento realizado pela organização, a jovem já conseguiu se desenvolver em diversos aspectos, cumprindo critérios que a levaram a ser contratada pelo Grupo Bahamas. Simone Teodoro, mãe da aprendiz Samiris de Souza Teodoro, 20 anos, que está dentro do Espectro Autista (TEA): contratada pelo Grupo Bahamas após formação no Programa de Socioaprendizagem da Rede Cidadã. Luiz Fernando Pires Priamo O QUE A REDE OFERECE Em Juiz de Fora são disponibilizados diversos cursos, como Comércio e Varejo, Telesserviços, Auxiliar Administrativo, Cozinha, entre outros. Além dos projetos em curso, há também a implementação recente do projeto Jovens Profissionais do Futuro (JPF) que tem como objetivo o fortalecimento de vínculos, a promoção do protagonismo, a integração social e o desenvolvimento humano de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas de internação (meio fechado) e semiliberdade (meio aberto), com foco na promoção da integração ao mundo do trabalho. As aulas e capacitações dos aprendizes da cidade ocorrem em uma parceria entre a Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e a Rede Cidadã, por meio de um convênio existente há cerca de sete anos. Para Paulo Morse, Diretor da instituição em Juiz de Fora, há semelhanças nos trabalhos das duas instituições: “A Universo é uma entidade também sem fins lucrativos e tem como a sua missão maior a responsabilidade social. Então, nós temos esse carinho especial com os jovens aprendizes, queremos que isso se multiplique cada vez mais.” A atuação da Rede Cidadã tem sua efetivação por meio de diversos programas que buscam a promoção da integração ao mundo do trabalho: empregabilidade e geração de renda e ações de responsabilidade social e sustentabilidade. Outros desdobramentos da atuação da ONG são a formação e o encaminhamento para o emprego de idosos, egressos do sistema prisional, pessoas em situação de rua, jovens que cumprem medidas socioeducativas e pessoas com deficiência, transexuais, entre outros públicos de minorias. A ideia é efetivar a geração de emprego e renda, garantindo a qualidade da mão de obra e propiciando que os usuários dos projetos tenham autonomia em suas vidas e carreiras. “O Programa de Aprendizagem já está me ajudando, dando mais independência financeira. Eu consigo com o meu dinheiro abrir mais portas para mim, sabe? Não tenho medo de não dar certo, sou eu quem controlo”, diz a aprendiz do curso de Alimentos, Ana Luiza da Silva Claudino, 17 anos. Ela tem sonhos de atuar na área da saúde no futuro. Para isso, já consegue dar seus passos independentes com o contrato firmado entre a Rede Cidadã e a empresa Servir e, assim, bancar o seu curso técnico de enfermagem. Ana Luiza Claudino, 17 anos, que começou a construir no Programa de Socioaprendizagem da Rede Cidadã o sonho de atuar na área da saúde no futuro. Luiz Fernando Pires Priamo Hoje, a Rede Cidadã, uma das primeiras instituições a fazer trabalho social em rede, já conseguiu promover a formação de mais de 113 mil aprendizes em todo Brasil. Atuando diretamente com jovens classificados como de alta vulnerabilidade, o trabalho alcança bons números: 36.301 jovens e adultos contratados, 70.744 aprendizes, 2.935 pessoas com deficiência, 2.489 pessoas em situação de rua, 285 pessoas do grupo LGBTQIAPN+, 218 seniores e 352 estagiários com oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Em Juiz de Fora, uma das parcerias de maior sucesso é com o Grupo Bahamas, cujo trabalho dos aprendizes é absorvido em diversas áreas, como a administrativa e a operacional. “Para nós é muito importante participar desse movimento junto à Rede. O Programa de Socioaprendizagem é o início da carreira desses jovens, por isso é muito importante estarmos juntos, lutando para que eles possam ter cada vez mais espaço e oportunidade”, afirma Marcella Batalha, Psicóloga da Cidadania Corporativa do Grupo Bahamas. Ela destaca como a empresa enxerga esse movimento realizado nos primeiros anos de trabalho da juventude. Marcella Batalha, Psicóloga da Cidadania Corporativa do Grupo Bahamas, uma das maiores empresas parceiras da Rede Cidadã. Luiz Fernando Pires Priamo Pensando em casos reais do impacto do trabalho da Rede Cidadã, Diogo Esteves traz a lembrança de como a organização pode mudar perspectivas: “Ainda nesta semana, eu estava conversando com uma jovem que passou muita dificuldade em casa, dificuldade financeira. Por meio da aprendizagem, ela entrou em uma empresa e no início teve muita dificuldade. Entretanto, com o apoio dos psicólogos, assistente social, ela conseguiu gerar transformação necessária e foi contratada antes mesmo do término do contrato, com destaque, ainda por cima”. O objetivo do trabalho se mostra cumprido quando situações do tipo são observadas pela equipe: “Pense em uma jovem que teve o seu horizonte de perspectivas ampliado, gerando renda para sua própria família, saiu da vulnerabilidade e consegue mais autonomia a partir de uma oportunidade como essa. É isso que nos impulsiona, nos motiva a continuar trabalhando pelo social”, completa Diogo. CONHEÇA A REDE A Rede Cidadã atua na área de Assistência Social, prestando atendimento prioritariamente aos usuários descritos na Lei nº 8.742/1993 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Seguindo a Política Nacional de Assistência Social, a Rede Cidadã milita na causa da inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade, prevenindo riscos sociais e pessoais, sem discriminação, gratuitamente. Assim, as ofertas socioassistenciais promovem a integração ao mundo do trabalho, com proteção social e garantia de direitos, seguindo a proposta da Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social-CNAS nº 33/2011. Rede Cidadã Saiba quais cursos estão disponíveis e como acessar os processos seletivos da Rede em Juiz de Fora: https://www.redecidada.org.br/ Instagram: @redecidadajf Facebook: @redecidadajf WhatsApp: (32) 3231-0489FONTE: G1 Globo