Juiz foi morto com tiro na cabeça; polícia não descarta nenhuma hipótese
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Pernambuco informou que o juiz Paulo Torres Pereira da Silva, 69, que foi morto na noite desta quinta-feira (19), levou um tiro na cabeça. O juiz foi morto dentro do seu carro, em Barra da Jangada, no município de Jaboatão dos Guararapes. A polícia afirmou não descartar nenhuma hipótese em relação a motivação do crime e disse que, até o momento, ninguém foi preso.
A delegada Euricélia Nogueira, responsável por atender a ocorrência, disse que o juiz tinha apenas uma marca de tiro, que atingiu a cabeça, próximo ao ouvido esquerdo. Segundo a delegada, após ser atingido, a vítima deve ter perdido o controle do carro, que colidiu de frente com um muro. As informações foram repassadas nesta sexta-feira (20) durante coletiva de imprensa.
"Olhamos o carro minuciosamente e não foi encontrado nenhum outro disparo. Mas como o carro colidiu, a parte da frente estava destruída", disse a Delegada Euricélia Nogueira.
Ainda segundo a delegada, testemunhas disseram que os criminosos usavam máscaras cirúrgicas e não estavam encapuzados. Ela relatou que havia sangue no local do crime e ainda não foi possível determinar se o tiro foi disparado de perto ou de longe.
A polícia destacou que esses detalhes técnicos, como o tipo de arma utilizada, a distância do disparo, entre outros, só serão revelados no laudo do IML (Instituto Médico Legal), que ainda não está pronto. A polícia não encontrou nenhum projétil no local do crime.
O caso agora ficará sob o comando do delegado Roberto Ferreira. Ele explicou que a parte técnica da investigação, como coleta de imagens do sistema de vigilância próximo ao local, já foi feita. As imagens vão ajudar a entender a dinâmica de como ocorreu a morte do juiz.
"Todas as perícias e provas técnicas foram coletadas, os laudos ainda ficarão prontos para o prosseguimento das investigações", explicou o delegado, ressaltando que o próximo passo é colher os depoimentos de testemunhas e dos familiares.
Segundo os delegados, os parentes de Paulo Torres informaram não ter conhecimento sobre qualquer tipo de ameaça sofrida por ele em razão da profissão. O juiz tinha o hábito de andar com os vidros do carro abaixados e não usava veículo blindado. Entretanto, os investigadores afirmaram que nenhuma hipótese está descartada, ao serem questionados sobre a possibilidade de crime premeditado.
"Nesse primeiro momento é prematuro fechar qualquer tipo de hipótese, porque nenhuma linha de investigação será descartada", disse o Delegado Roberto Ferreira.
JUIZ FOI MORTO PRÓXIMO DE CASA
O local em que Paulo Torres Pereira da Silva foi assassinado fica a 300 metros do apartamento onde ele morava. A família também relatou não ter sentido falta de nenhum pertence do magistrado.
O celular, toalha e uma garrafa de água que ele costumava levar para fazer caminhada na praia do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho, foram encontradas no carro.
Paulo Torres Pereira da Silva morava com a esposa e os filhos. Paulão, com era conhecido, era juiz havia 34 anos e em várias oportunidades atuou como desembargador substituto.
O TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) afirmou que está em contato com as autoridades policiais de Pernambuco e "prestará todo o apoio necessário para o rápido esclarecimento do crime e a responsabilização dos culpados".
CNJ vai acompanhar o caso. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Roberto Barroso, divulgou nota lamentando o crime.
A Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) prestou solidariedade e "manifesta repúdio e indignação à violência que culminou na morte do magistrado."
O MP-PE (Ministério Público de Pernambuco) também informou que está cobrando apuração do caso.
FONTE: Estado de Minas