Justiça isenta investigador suspeito de assediar escrivã encontrada morta em Minas Gerais

24 out 2023
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Decisão judicial seguiu o entendimento do Ministério Público e confirmou o arquivamento do inquérito policial que investigava as circunstâncias da morte de Rafaela Drumond. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena

Reprodução/Redes Sociais

A Justiça de Minas Gerais acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso de Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil encontrada morta em junho deste ano.

Com isso, fica confirmado o arquivamento do inquérito policial que investigava a morte e a inocência do investigador Celso Trindade de Andrade, investigado por possíveis episódios de assédio no ambiente de trabalho.

Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de "menor potencial ofensivo".

A policial foi encontrada morta em Antônio Carlos, na Zona da Mata, na casa dos pais, no dia 9 de junho, pouco depois de relatar episódios de assédio sofridos na Delegacia de Carandaí, na mesma região, onde trabalhava. O caso foi registrado como suicídio.

O inquérito policial foi concluído em setembro e baseou o pedido do MPMG. O delegado foi enquadrado por condescendência criminosa, quando se deixa de responsabilizar um subordinado que cometeu alguma infração ou não levar o fato às autoridades competentes.

Nesse caso, por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, ele não foi denunciado e não se tornará réu. A situação dele ainda será analisada em audiência no Juizado Especial Criminal.

A decisão foi emitida em 19 de outubro e o processo teve o sigilo quebrado nesta terça-feira (23).

Sem punições para o investigador

Já com relação ao investigador Celso Trindade de Andrade, o inquérito apontou crime de injúria, quando se ofende a dignidade de alguém; apesar disso, ele não responderá criminalmente porque o prazo previsto para denúncia do crime foi expirado. Com a decisão judicial, houve a extinção da punibilidade dele.

Em nota, a defesa do investigador reforça que a Justiça entendeu não haver provas para ocorrência dos crimes de indução ao suicídio e assédio sexual e completa que "desde o início as investigações já apontavam que o trágico suicídio de Rafaela nem de longe teria sido motivado por qualquer colega de trabalho", mas por outras razões, de cunho pessoal.

A defesa ainda cita a "forte emoção" que o caso tomou nas redes sociais que provocaram "ataques pessoais aos investigados e ainda duras investidas contra os advogados".

Celso Trindade de Andrade era colega de Rafaela Drumond na Delegacia de Carandaí e aparece em um vídeo gravado pela própria Rafaela a ofendendo (veja abaixo). Em áudios enviados a uma amiga, ela relata episódios de assédio sexual e moral que a família chegou a atribuir a ele.

Vídeo mostra escrivã da Polícia Civil durante discussão em Carandaí

Celso chegou a ser transferido de unidade e a tirar uma licença da Polícia durante o curso das investigações. Ele já retornou aos trabalhos, na delegacia de Congonhas, mas pretende pedir o retorno a Carandaí, com o fim do processo.

Esta reportagem está em atualização

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FONTE: G1 Globo

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