Kerry pede ‘medidas urgentes’ pelo clima em negociações com a China

17 jul 2023
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O enviado da Casa Branca para as mudanças climáticas, John Kerry, reuniu-se por quatro horas com seu homólogo chinês, Xie Zhenhua, em Pequim e pediu "ações urgentes" para limitar o aquecimento global.

As negociações sobre o clima entre os dois maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo foram suspensas no ano passado depois que Nancy Pelosi, então presidente da Câmara de Representantes, irritou Pequim com uma visita a Taiwan, que a China considera parte de seu território.

Kerry se reuniu com seu homólogo chinês, Xie Zhenhua, em Pequim nesta segunda-feira e os dois conversaram por cerca de quatro horas, informou a emissora estatal CCTV.

Ambos os países "precisam tomar medidas urgentes em várias frentes, especialmente nos desafios da poluição por carvão e metano", escreveu Kerry em um tuíte após as negociações.

"A crise climática exige que as duas maiores economias do mundo trabalhem juntas para limitar o aquecimento global", acrescentou.

De sua parte, a China afirmou que trabalhará com os Estados Unidos para "o bem-estar das gerações atuais e futuras", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

No domingo, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse à CNN que Kerry pressionaria Pequim a não "se esconder atrás de qualquer tipo de alegação de que é um país em desenvolvimento" para conter os esforços para reduzir as emissões.

A China há muito tempo usa seu status oficial de país em desenvolvimento para justificar suas altas emissões e Sullivan disse que "há muito trabalho a ser feito nessa frente".

- Esforços coordenados -

A viagem de Kerry ocorre após duas outras visitas de autoridades dos EUA à China: o secretário de Estado, Antony Blinken, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em busca de estabilizar as relações diplomáticas.

A questão do clima é central e a visita de Kerry coincide com uma onda de calor no Hemisfério Norte. A China registrou uma temperatura de 52,2°C no domingo na região de Xinjiang (oeste), um recorde para meados de julho.

"A visita de Kerry e a retomada das negociações climáticas destacam a importância crítica dos esforços coordenados para enfrentar a crise climática", disse Chunping Xie, pesquisador do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment, à AFP, garantindo que é um sinal da "determinação compartilhada de conduzir uma relação geopolítica complexa para promover o bem comum".

A China, principal emissor de gases de efeito estufa responsáveis pelas mudanças climáticas, se comprometeu a atingir o pico de emissões de carbono até 2030 e a total neutralidade de carbono até 2060.

O presidente chinês, Xi Jinping, também afirmou que a China reduzirá seu uso de carvão a partir de 2026. No entanto, o governo aprovou uma decisão contrária em abril e levantou temores de que não cumprirá com seus objetivos.

"Em termos de resultados concretos, espero que se possa avançar pelo menos no plano do metano", disse à AFP Lauri Myllyvirta, analista principal do Centre for Research on Energy and Clean Air.

O acordo do metano é um dos novos acordos alcançados entre os dois países em uma declaração conjunta após as negociações climáticas de 2021 em Glasgow, no Reino Unido, disse Myllyvirta, embora a China não tenha feito progresso significativo desde então.


FONTE: Estado de Minas


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