Kremlin pede julgamento de ex-soldado nazista aplaudido no Parlamento canadense
O Kremlin pediu, nesta quarta-feira (27), o julgamento de um ex-soldado ucraniano que lutou com os nazistas, mas que foi homenageado na semana passada no Parlamento canadense, o que levou a Polônia a iniciar uma investigação para uma possível extradição.
"As autoridades canadenses são obrigadas a levar este criminoso à Justiça ou entregá-lo àqueles que querem fazer justiça. Está claro que ele é um nazista", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
Na sexta-feira, durante a visita de Zelensky, o agora presidente demissionário do Parlamento canadense, Anthony Rota, prestou homenagem a Yaroslav Hunka, um imigrante ucraniano de 98 anos.
Ele o descreveu como "um veterano de guerra ucraniano-canadense da Segunda Guerra Mundial que lutou pela independência da Ucrânia" e como "um herói ucraniano e um herói canadense", provocando aplausos de pé dos legisladores.
Mas Hunka, na verdade, serviu na 14ª Divisão de Granadeiros Waffen da SS, "uma unidade militar nazista cujos crimes contra a humanidade durante o Holocausto estão bem documentados", segundo o Friends of Simon Wiesenthal Center (FSWC), uma organização dedicada a programas educacionais sobre esses eventos e o antissemitismo.
Na terça-feira, Rota anunciou sua renúncia devido à indignação das organizações judaicas causada por esta homenagem. Nesse mesmo dia, à noite, o ministro da Educação polonês anunciou que solicitou uma investigação para verificar se o veterano ucraniano havia cometido crimes na Polônia, visando sua possível extradição.
"O presidente do Parlamento (canadense) renunciou e assumiu essa responsabilidade. Mas e o próprio Parlamento, que se levantou e aplaudiu este fascista? A razão exige uma condenação do nazismo (...). Caso contrário, um Parlamento terá sido manchado", denunciou Peskov nesta quarta-feira.
"Não podemos deixar de honrar a memória dos veteranos ucranianos que lutaram contra o fascismo, incluindo o avô de (Volodimir) Zelensky", acrescentou.
Este escândalo é amplamente comentado pelas autoridades e pelos veículos de comunicação estatais russos, que apresentam a ofensiva na Ucrânia como uma luta contra supostos neonazistas no poder, apoiados pelo Ocidente.
FONTE: Estado de Minas