Lentidão em exportações de cereais da Ucrânia preocupa ONU
A ONU expressou preocupação, nesta quinta-feira (1º), com a desaceleração nas exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro, mencionando o "fantasma da inflação dos alimentos".
Em julho de 2022, Rússia, Ucrânia, Turquia e as Nações Unidas assinaram um acordo crucial para o abastecimento mundial de cereais, após a invasão russa à Ucrânia. O acordo foi prorrogado em maio por dois meses, até 17 de julho.
"Estamos preocupados com a desaceleração contínua na aplicação da Iniciativa do Mar Negro, observada, principalmente, em abril e maio", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.
"Em maio, 33 navios deixaram os portos ucranianos, menos da metade de abril. Apenas três partiram do porto de um dos três cobertos pela Iniciativa", observou. Um total de 1,3 milhão de toneladas de cereais foram exportadas em maio, "menos da metade do que no mês anterior".
Embora os movimentos e inspeções de navios sejam feitos dentro de um consenso entre todas as partes em um centro de coordenação conjunta com sede em Istambul, Dujarric destacou o papel da Rússia na desaceleração.
A Rússia "informou sobre sua decisão de limitar os registros no porto de enquanto não houver exportação de amônia". Moscou exige, em particular, a retomada do funcionamento do gasoduto Togliatti-Odessa para o fornecimento de amônia, composto químico essencial para os fertilizantes minerais.
"Esta é uma situação grave. Temos que avançar. Os focos globais de fome estão aumentando e o fantasma da inflação dos alimentos e da volatilidade dos mercados paira sobre todos os países", ressaltou Dujarric.
Segundo dados do Centro Conjunto de Coordenação, mais de 30 milhões de toneladas de cereais ucranianos foram exportadas até hoje no âmbito do acordo de julho de 2022, que permitiu aliviar a crise alimentar provocada pela guerra.
A Rússia denuncia obstáculos à aplicação de um segundo acordo que assinou no mesmo dia com a ONU para permitir a exportação de seus produtos alimentícios e fertilizantes.
FONTE: Estado de Minas