Líder de milícia é condenado nos EUA por invasão ao Capitólio

25 maio 2023
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Stewart Rhodes, líder da milícia de extrema direita americana Oath Keepers, foi condenado a 18 anos de prisão, nesta quinta-feira (25), por conspiração sediciosa, sentença mais dura pronunciada até agora vinculada ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos.

Rhodes foi um dos mais de 1000 acusados pelo ataque, realizado por uma multidão incentivada pelo então presidente americano, Donald Trump. Os invasores tinham como objetivo impedir que o Congresso certificasse Joe Biden como vencedor das eleições de novembro de 2020.

"Você representa uma ameaça contínua e um perigo para este país", afirmou o juiz Amit Mehta, ao pronunciar a sentença contra o fundador da Oath Keepers. "A conspiração sediciosa é um dos crimes mais gaves que um americano pode cometer", comentou.

Os Oath Keepers participaram com um arsenal de armas da invasão ao Capitólio, realizada por apoiadores de Trump. "Você é inteligente, carismático e convincente e isso é francamente o que o torna perigoso", disse Mehta, rechaçando a afirmação de Rhodes de que era um "prisioneiro político".

A pena não alcançou os 25 anos que o governo pretendia, porém Mehta aceitou o argumento de que o plano dos Oath Keepers para impedir violentamente que Joe Biden se tornasse presidente equivaleria a terrorismo.

Pouco antes da sentença, Rhodes, usando um tapa-olho e vestindo um macacão laranja de presidiário, defendeu de maneira desafiadora seu grupo e suas ações em apoio a Trump.

"Sou um preso político", declarou, comparando-se ao famoso dissidente soviético Aleksandr Solzhenitsyn. "Meu único crime é me opôr a quem destrói nosso país", disse.

- Culpar Trump -

Mas a posse de um arsenal por seu grupo nos arredores da cidade e o uso de roupa de combate em seu avanço organizado rumo ao Capitólio mostraram um nível de planejamento e preparo para a violência muito azeitado.

Rhodes, 57 anos, e Kelly Meggs, 53, líder da seção da Flórida dos Oath Keepers, foram condenados por um júri de Washington, em novembro, pela acusação raramente apresentada de conspiração sediciosa. Kelly Megs, que entrou no Capitólio, recebeu 12 anos de prisão.

No mesmo julgamento, outros três membros dos Oath Keepers foram condenados por obstruir um procedimento oficial, ao terem forçado o fechamento do Congresso e obrigado os legisladores e o vice-presidente Mike Pence a se refugiar em um local seguro.

Durante o julgamento, os promotores disseram que os Oath Keepers "conceberam um plano para uma rebelião armada (...), conspirando para se opor à força ao governo dos Estados Unidos".

Os advogados de Rhodes afirmaram que ele mesmo nunca entrou no prédio do Capitólio e que não incentivou outros a fazerem isto.

Mas Mehta rejeitou este argumento como atenuante. Rhodes era inequivocamente o líder do grupo, argumentou.

"Ele se formou em direito em Yale e é um cara muito inteligente", acrescentou o juiz. "Era ele quem dava as ordens (...) Estavam ali por causa ele."

No entanto, o advogado de Rhodes, Phillip Linder, afirmou que seu cliente não deveria ser considerado responsável pelo ataque ao Capitólio e apontou o dedo para Trump.

"Acho que o que aconteceu em 6 de janeiro foi lamentável", mas Rhodes não planejou a rebelião, insistiu.

"Precisamos ver o que provocou isto (...) Quem começou o 6 de janeiro?", reforçou Linder. "Não foi ele quem começou essa retórica que inflamou as pessoas", acrescentou, em alusão a seu cliente.


FONTE: Estado de Minas


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