Líderes do Proud Boys são condenados a 17 e 15 anos por invasão ao Capitólio nos EUA

31 ago 2023
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Dois líderes do grupo de extrema direita americana Proud Boys foram condenados, nesta quinta-feira (31), a 17 e 15 anos de prisão, respectivamente, pela participação na invasão ao Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.

As sentenças estão entre as mais duras proferidas pela justiça americana neste caso, mas a maioria dos comentaristas jurídicos esperava penas ainda mais rigorosas.

Os promotores tinham pedido 33 anos de prisão para Joe Biggs, um veterano de guerra do Iraque e do Afeganistão, que levou cerca de 200 membros do Proud Boys ao Capitólio para tentar anular à força a certificação da vitória do democrata Joe Biden sobre o então presidente, o republicano Donald Trump.

O juiz Timothy Kelly levou em conta as circunstâncias agravantes por atos de terrorismo solicitadas pelos promotores, mas destacou que tinha fixado a pena em 16 anos menos do que o que foi pedido, alegando que o acusado "não tinha intenção de matar pessoas".

O réu já tinha expressado seu arrependimento anteriormente, ao afirmar que agora está afastado da política e de toda a militância.

Em maio, ele foi declarado culpado das acusações, inclusive de sedição, juntamente com outros líderes do Proud Boys.

Outro acusado neste caso, Zachary Rehl, recebeu uma pena de 15 anos, muito abaixo da sentença de 30 anos solicitada pela promotoria.

"O 6 de janeiro foi um dia desprezível", disse Zachary Rehl no banco dos réus, tremendo e soluçando. Assim como Joseph Biggs antes dele, Rehl expressou arrependimento e repulsa pela política.

O promotor Jason McCullough havia destacado perante a corte a gravidade do fato e a necessidade de sentenças dissuasórias. Os autores do ataques "queriam intimidar e aterrorizar" todos os que se opusessem a eles, disse.

O ataque de 6 de janeiro de 2021 "rompeu com nossa tradição de transferência pacífica do poder, uma das coisas mais preciosas que nós tínhamos como americanos", disse o juiz.

- "Soldados da direita" -

Joseph Biggs passou mais de dois anos preso preventivamente e nesse período esteve em regime de isolamento, 22 horas por dia sem sair da cela.

"Acho que entendeu a mensagem", alegou seu advogado, Norman Pattis.

"Sei que agi mal nesse dia, mas não sou um terrorista", disse Biggs, de cabelos e barba grisalhos, vestindo um uniforme laranja dos presidiários, que deixou visíveis as tatuagens nos antebraços.

Em suas alegações, os promotores descreveram os acusados como "soldados da direita, que queriam manter seu líder no poder", em alusão a Donald Trump, que afirmou ter sido "roubado" nas eleições.

"Biggs agiu como ponta de lança do ataque", disseram.

Mais de 1.100 pessoas foram detidas e acusadas pelo ataque. Mais da metade foi sentenciada, a maioria a penas de prisão.

A pena mais dura foi contra Stewart Rhodes, fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers. Rhodes, que também foi declarado culpado de sedição, foi condenado a 18 anos de prisão.

Ao menos cinco pessoas morreram à margem do ataque ao Capitólio e 140 policiais ficaram feridos.


FONTE: Estado de Minas


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