Macacos ameaçados de extinção voltam a ser vistos em parque estadual seis anos após surto de febre amarela em MG
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Animais foram avistados na área do Parque Estadual Nova Baden, em Lambari (MG), na última semana. Uma família de macacos bugio (Alouatta guariba) foi avistada na área do Parque Estadual Nova Baden, em Lambari (MG), na última semana . O registro entusiasmou biólogos e visitantes do local, já que a espécie não era vista desde meados de 2017, quando ocorreu um surto de febre amarela.
📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp A informação foi divulgada pela Agência Minas. Os animais foram fotografados na porção da Serra das Águas pelo advogado e graduando em biologia, Guilherme Brandão. Ele contou que gosta de realizar o percurso das trilhas da Unidade de Conservação bem cedo para aproveitar o alvorecer e observar os pássaros. Macacos ameaçados de extinção voltam a ser vistos em parque estadual Nova Baden, em Lambari Guilherme Brandão "Fui surpreendido por um breve ronco e, ao apontar a câmera fotográfica para o alto das araucárias, vi esse grupo de primatas. Rapidamente, observei que não se tratavam dos macacos-pregos habitualmente vistos. Eram os bugios, retornando ao habitat natural da Mata Atlântica", disse à Agência Minas. Segundo Rogério Grassetto, primatólogo, professor na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) e conselheiro do Parque Estadual Nova Baden, o bugio está na categoria "Vulnerável", tanto na lista da The International Union for Conservation of Nature (IUCN), quanto nas listas brasileira e mineira de animais ameaçados de extinção. Macacos são vítimas da febre amarela O especialista ressaltou que esses animais não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. "Ele é extremamente sensível à doença e houve uma mortandade generalizada em muitos locais. Infelizmente, isso foi acompanhado por algumas mortes de humanos e acreditava-se que os bugios estavam trazendo a febre amarela. Mas, na verdade, esses primatas apenas sofrem com a doença. Eles não são migratórios e são fiéis à sua área de vida. Então, quem traz a febre amarela são os humanos para eles", explicou. O especialista explicou ainda que os animais são vegetarianos, com alimentação à base de folhas e frutas. Portanto, os visitantes do parque não devem dar qualquer tipo de comida a eles, justamente para evitar a transmissão de doenças, entre as quais a febre amarela. A bióloga Evânia Santana, analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e gerente do Parque Nova Baden, reforça a participação de visitantes e estudantes no monitoramento ambiental e na divulgação da ciência. "A vulnerabilidade dos bugios à febre amarela é um reforço para que as pessoas se sensibilizem para a vacinação e contribuam para a proteção da fauna silvestre", pontuou. Macacos ameaçados de extinção voltam a ser vistos no Parque Estadual Nova Baden, em Lambari Instituto Estadual de Florestas O parque O Parque Estadual Nova Baden, Unidade de Conservação gerida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), está situado na Serra das Águas de Lambari, parte da Serra da Mantiqueira. Ele se encontra inserido na sub-bacia do Ribeirão do Melo, na bacia hidrográfica do Rio Grande. A área foi protegida em 1974, com a criação da Reserva Biológica de Nova Baden, sendo alterada sua categoria de manejo para Parque em 27 de setembro de 1994. Em 2024, o parque completará 30 anos de criação e já se prepara para as comemorações. O nome do Parque é uma referência à cidade de Baden-Baden na Alemanha, sobre a qual Américo Werneck se inspirou para as benfeitorias na Estância Hidromineral de Lambari. Werneck era descendente de alemães e foi o primeiro prefeito de Lambari, além de proprietário da antiga Fazenda Pinheiros, atual sede do Parque Estadual Nova Baden. Pioneiro em questões ambientais, ele era fruticultor e desenvolveu vários projetos de aproveitamento racional das estâncias hidrominerais. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo