Macron afirma que ser ‘aliado’ dos EUA não significa ser ‘vassalo’
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira (12) que ser "aliado" dos Estados Unidos não significa ser seu "vassalo", após os distanciamentos que tomou em relação à posição de Washington nas tensões entre a China e Taiwan.
"Ser um aliado não significa ser um vassalo. Ser um aliado (...) não significa que não temos o direito de pensar por nós mesmos", disse Macron em coletiva de imprensa em Amsterdã, onde realiza uma visita de Estado.
O presidente ainda acrescentou que a França é a favor do "status quo" de Taiwan e que apoia uma "solução pacífica" para o conflito no Extremo Oriente.
A China considera Taiwan uma província rebelde parte de seu território, que pretende recuperar até mesmo pela força, se necessário. Além disso, Pequim não permite que os países com os quais mantém relações diplomáticas as tenham simultaneamente com Taipei.
Entre sábado e a última segunda-feira, após uma visita de Macron à China, Pequim realizou exercícios militares nos arredores da ilha como resposta a uma reunião nos Estados Unidos entre o presidente taiwanês e o líder da Câmara Baixa dos EUA.
O mandatário francês havia dito anteriormente que a UE não deveria ficar do lado dos Estados Unidos ou da China na questão de Taiwan, em declarações ao jornal americano Politico e ao veículo francês Les Échos, publicados no domingo, após seu retorno a Paris.
"O pior seria pensar que nós, europeus, devemos seguir e nos adaptar ao ritmo americano e a uma reação exagerada chinesa", disse Macron.
Suas declarações foram bem recebidas pela imprensa chinesa pró-governo, que considerou o pronunciamento como uma "decisão brilhante".
No entanto, no Ocidente, a fala gerou polêmica pelo distanciamento em relação aos Estados Unidos, principal aliado militar de Taiwan.
O ex-presidente americano Donald Trump chegou a acusar Macron de "lamber a bunda" do presidente chinês, Xi Jinping, em entrevista divulgada na terça-feira (11).
O líder francês respondeu a esta declaração e lamentou que Trump contribua para uma "escalada" com frases semelhantes.
"Quando ele era presidente eu não comentava suas declarações, e não vou fazer isso agora que ele não é mais presidente", finalizou.
FONTE: Estado de Minas