Mecanismo de ajuda para Síria expira sem acordo da ONU para prorrogação
O mecanismo de ajuda humanitária transfronteiriça da ONU, vital para milhões de habitantes de áreas rebeldes na Síria, chegou ao fim nesta segunda-feira (10) sem uma votação do Conselho de Segurança para prorrogá-lo.
Os 15 membros do Conselho têm tentado chegar a um acordo nos últimos dias para estender o mecanismo que permite o envio de alimentos, água e medicamentos da Turquia para os habitantes do noroeste da Síria, sem a autorização de Damasco.
A votação, inicialmente prevista para sexta-feira e depois adiada para esta segunda-feira, foi novamente adiada para terça-feira de manhã, informou a presidência britânica do Conselho à AFP na noite desta segunda.
As operações dos comboios humanitários não ocorrem durante a noite, então terminaram em incerteza. Mesmo que haja uma votação positiva, eles não poderão retomar as atividades na terça-feira de manhã devido à diferença de fuso horário com Nova York.
"A chave é encontrar um terreno comum", disse a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, que preside o Conselho de Segurança em julho.
"Queremos fazer tudo o que pudermos pelos 4,1 milhões de sírios que precisam desesperadamente de ajuda", acrescentou a diplomata, que há poucos dias denunciou o uso da ajuda humanitária como "moeda de troca".
Uma acusação que visava, sem nomear, a Rússia.
O mecanismo foi criado pela ONU em 2014 e permite a entrega de ajuda humanitária no noroeste da Síria sem a permissão do governo sírio, que frequentemente denuncia uma violação de sua soberania.
Inicialmente, o mecanismo previa quatro pontos de passagem, mas após anos de pressão, especialmente de Moscou - aliado do regime sírio - apenas o posto de Bab al-Hawa continuou em funcionamento e sua autorização foi reduzida para seis meses renováveis, o que complicou o planejamento da ajuda internacional.
Segundo a ONU, mulheres e crianças são a maioria das pessoas que precisam de ajuda humanitária para sobreviver após anos de conflito, crise econômica, epidemias e aumento da pobreza, agravados por terremotos devastadores.
FONTE: Estado de Minas