Membros do Hezbollah libanês feridos por disparos israelenses perto da fronteira
Três membros do Hezbollah libanês ficaram feridos nesta quarta-feira (12) por disparos israelenses perto da fronteira com Israel, informou uma fonte de segurança no sul do Líbano.
Na região fronteiriça entre Israel e Líbano, um reduto do Hezbollah, incidentes esporádicos costumam ocorrer.
Três membros do Hezbollah foram feridos por disparos israelenses perto da fronteira", disse a fonte à AFP, que pediu anonimato por falta de autorização para falar com a imprensa.
Outras três fontes confirmaram que membros do Hezbollah foram feridos. Uma delas afirmou que uma granada atordoante foi disparada e que três membros ficaram feridos "levemente".
O Exército israelense afirmou em comunicado que "vários suspeitos se aproximaram da cerca de segurança na divisa com o Líbano e tentaram sabotá-la".
"Os soldados avistaram os suspeitos e usaram meios para afastá-los", ressaltou a mesma fonte, acrescentando que "a identidade dos suspeitos é desconhecida".
Um correspondente da AFP afirmou que o incidente ocorreu perto da vila de Al Bustan. O Exército israelense divulgou imagens, supostamente do incidente, mostrando várias pessoas se aproximando da cerca antes de uma explosão fazê-las correr.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, sigla em inglês), que atua como uma barreira entre o Líbano e Israel, afirmou estar "ciente dos relatos preocupantes sobre um incidente na Linha Azul [fronteira]".
- "Situação extremamente sensível" -
"A situação é extremamente sensível. Instamos todas as partes a cessarem qualquer ação que possa levar a qualquer tipo de escalada", disse a Unifil em comunicado.
Israel e o Hezbollah travaram uma guerra devastadora em 2006, depois que o grupo armado capturou dois soldados israelenses. O conflito deixou 1.200 mortos no Líbano, principalmente civis, e 160 em Israel, principalmente soldados.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou durante um discurso televisivo pelo aniversário da guerra de 2006 que o incidente desta quarta-feira está sendo "investigado".
A Unifil foi implantada em 1978 para supervisionar a retirada das forças israelenses, que haviam invadido o Líbano em resposta a um ataque palestino. Ela foi reforçada após o conflito de 2006. Ambos os países estão tecnicamente em guerra.
O incidente desta quarta-feira ocorreu menos de uma semana depois que o Exército israelense atacou o sul do Líbano em resposta a disparos de morteiro daquela área.
No mesmo dia, o Hezbollah denunciou que Israel está construindo um muro de concreto ao redor da vila de Ghajar, localizada entre a parte ocupada por Israel nas Colinas de Golã sírias e o Líbano.
Após a retirada israelense do sul do Líbano em 2000, que encerrou 22 anos de ocupação, a ONU estabeleceu a fronteira entre os dois países, conhecida como Linha Azul.
Essa linha coloca a parte norte de Ghajar no Líbano e a parte sul na área ocupada e anexada por Israel nas Colinas de Golã.
O Hezbollah, considerado um grupo "terrorista" por vários governos ocidentais, é a única formação libanesa que manteve suas armas após o fim da guerra civil (1975-1990) e é um influente ator na política libanesa.
O movimento afirmou em junho que derrubou um drone israelense que penetrou no espaço aéreo do sul do Líbano.
Em abril, o Exército israelense informou que seus soldados derrubaram um drone que entrou no espaço aéreo israelense, vindo do Líbano, de onde, um dia antes, vários foguetes haviam sido lançados.
FONTE: Estado de Minas