Mercado Municipal de Juiz de Fora funciona sem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros há mais de 30 anos; entenda o motivo

29 set 2023
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Informação foi confirmada pelos bombeiros após incêndio na noite de quinta-feira (29) no local. Em agosto, Prefeitura iniciou obras de adequação. Mercado Municipal de Juiz de Fora, foto de arquivo

Roberta Oliveira/g1

O Mercado Municipal de Juiz de Fora, atingido por um incêndio na noite de quinta-feira (28), funciona sem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) há mais de 30 anos, segundo o Corpo de Bombeiros. Para se adequar às legislações vigentes e aumentar a capacidade de comercialização, a Prefeitura divulgou que começou obras no local.

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Vale lembrar que o auto é um documento que certifica que o imóvel tem condições de segurança contra incêndios e pânico previstos por lei.

Em entrevista à TV Integração e ao g1, o tenente Henrique Fonseca explicou que, além de ser uma construção muito antiga, houve mudanças na legislação.

“Em 2016 foi apresentado ao Corpo de Bombeiros um projeto de adequações do mercado, mas a lei previa que a incorporação de todo o complexo arquitetônico ali presente. Agora, a legislação mudou, e as diretrizes de construção e execução do projeto foram alteradas, dessa forma prevendo a individualização dos projetos por unidade arquitetônica”, explicou.

No ano passado, o Corpo de Bombeiros chegou a fazer um relatório de análise com as irregularidades que precisavam ser corrigidas. Em outubro do mesmo ano, a Prefeitura foi notificada sobre.

Em relação a uma possível interdição do mercado, o militar explicou que ainda não é uma realidade, uma vez que o projeto está em execução.

"A interdição só é adequada em casos de risco iminente de incêndio e pânico, o que, até o momento, não era o caso", completou.

Incêndio atinge parte do Mercado Municipal de Juiz de Fora

Corpo de Bombeiros/Divulgação

Obras de adequação

No início de agosto deste ano, foi divulgada a ordem de serviço para início das obras de reforma do Mercado Municipal. O investimento será de mais de R$ 10 milhões, com prazo de conclusão de um ano. Os trabalhos seguem em andamento.

À TV Integração, o secretário de Comunicação Márcio Guerra explicou que, além do complexo, outros prédios públicos e privados foram construídos antes da legislação atual, e, por isso, não têm o AVCB.

"Está sendo feita essa obra desde que fomos alertados dessa necessidade de adequação e será adequado não só com AVCB como todo o resto para que o Mercado Municipal se torne referência", concluiu.

O projeto prevê a manutenção dos quiosques no térreo e a instalação de uma grande praça de alimentação no segundo andar, com restaurantes, mesas e um pequeno palco.

No prédio anexo, onde funcionava a Secretaria de Educação, o projeto propõe um centro de artesanatos no andar térreo e um centro audiovisual. No segundo andar, será feito um pequeno auditório para projeções de filmes, curtas e outros produtos.

Incêndio há 30 anos

Incêndio em 1991 destruiu o complexo do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas em Juiz de Fora

CEDOC/TV Integração

O mercado público foi inaugurado em 31 de dezembro de 1904 em um prédio localizado na Avenida dos Andradas. O conjunto arquitetônico foi tombado em 1983 e transferido para a Prefeitura em maio de 1987.

Em dezembro daquele mesmo ano foi remanejado para o Complexo Mascarenhas e inaugurado quatro meses depois, dividindo o prédio com a Pronta Entrega das Fábricas, que funcionava no segundo piso.

Em 12 de setembro de 1991, após um incêndio, o piso do segundo andar caiu sobre o mercado. Apenas as paredes externas permaneceram em pé. Os cerca de 150 comerciantes que ocupavam os 66 boxes do mercado municipal e as 54 lojas da pronta-entrega perderam tudo.

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FONTE: G1 Globo

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