Minas Gerais é líder de ranking nacional de desmatamento da Mata Atlântica

25 maio 2023
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Em dados divulgados nesta semana pela Atlas da Mata Atlântica, Minas Gerais, infelizmente, lidera o ranking de desmatamento do bioma, com 7.456 mil hectares derrubados em um ano, equivalente a mais de dez mil campos de futebol.
Os dados correspondem aos meses de outubro de 2021 e 2022. A Mata Atlântica é um patrimônio nacional protegido por lei, que abrange grande parte do Brasil, da costa leste, nordeste, sudeste e sul.
O levantamento é da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e apontou que dos dez municípios com maiores áreas desmatadas no Brasil, cinco pertencem a Minas.
1. São João do Paraíso/Norte de Minas - 544 hectares
2. Araçuaí/Vale do Jequitinhonha - 470 hectares
3. Francisco Sá/Norte de Minas - 402 hectares
4. Capitão Enéas/Norte de Minas - 302 hectares
5. Gameleiras/Norte de Minas - 296 hectares

Ranking nacional

Os dados finais mostraram que o desflorestamento total foi de 20.075 hectares do bioma. Como resultado, foram lançados 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.
Além de Minas Gerais, mais quatro estados apresentaram um desmatamento elevado, entre eles:
Bahia - 5.719 hectaresParaná - 2.883 hectaresMato Grosso do Sul - 1.115 hectaresSanta Catarina - 1.041 hectares
Três cidades encabeçam a lista de desmatamento, todas baianas:
Wanderlei/BA - 1.254 hectaresCotegipe/BA - 907 hectaresBaianópolis/BA - 848 hectares
Oito estados registraram aumento (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe), e nove mostraram redução (Ceará, Goiânia, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo).
Apenas 0,9% das perdas se deram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas, reforçando que as florestas vêm sendo destruídas sobretudo para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas.
Mata Atlântica corre risco

Embora esse número represente uma redução de 7% em relação ao detectado em 2020/2021 (21.642 hectares), a área desmatada é a segunda maior dos últimos 6 anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, de 11.399 hectares, entre 2017 e 2018.

Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da SOS Mata Atlântica e coordenador do Atlas, compartilha que os dados mostram um quadro de desmatamento estável, porém inaceitável para um bioma fortemente ameaçado.
"O bioma é lar de quase 70% da população e responde por cerca de 80% da economia do Brasil, além de produzir 50% dos alimentos consumidos no país. Se, por um momento, pareceu que havíamos virado o jogo, agora o desmatamento está novamente vencendo. E o mundo inteiro sai perdendo", diz Luís.
De acordo com o Atlas, a situação vai à contramão de estudos internacionais que, tendo em vista sua contribuição para a conservação da biodiversidade e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, apontam a Mata Atlântica como um dos biomas mais importantes para o futuro do planeta.
"A esta altura, o desmatamento já precisava ter sido abolido, e as ações de reflorestamento deveriam ser uma prioridade em todos os estados da Mata Atlântica. A realidade, infelizmente, é muito diferente", lamenta o diretor.

FONTE: Estado de Minas

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