Ministros das Américas debatem no Panamá fórmulas para enfrentar futuras pandemias
Ministros do continente americano debatem, nesta segunda-feira (20), no Panamá, fórmulas para melhorar os sistemas públicos de saúde e enfrentar futuras pandemias de forma conjunta, em uma reunião que também conta com a presença de um enviado dos Estados Unidos.
O objetivo é "identificar alguns temas comuns" que permitam o acesso universal aos sistemas de saúde nos países do continente, ainda castigados pela crise da covid-19, disse à AFP o novo diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o brasileiro Jarbas Barbosa.
Este evento é o primeiro encontro de alto nível do chamado Diálogo Econômico e de Saúde das Américas (EHA, na sigla em inglês), uma iniciativa que surgiu na última Cúpula das Américas para somar esforços com vistas a melhorar os sistemas de saúde no continente.
"Estou aqui, juntamente com 18 países vizinhos da região, para ver como nos preparamos para a próxima pandemia", disse a jornalistas o vice-secretário de Estado para o Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José Fernández.
Além de Fernández, participaram da reunião o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, e ministros da Saúde e Economia de países da América Latina e do Caribe.
Os participantes buscam fórmulas que permitam aos governos destinar à saúde pelo menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB), frente aos 4% aportados atualmente pela maioria dos países latino-americanos.
"Sabemos que não é fácil porque todos estão em processo de recuperação das perdas econômicas pela pandemia", reconheceu Barbosa.
No encontro, discute-se também como enfrentar futuras pandemias com planos comuns para a produção e a distribuição de vacinas e outros insumos, como luvas e máscaras.
"Sabemos que é preciso pensar em projetos muito estratégicos porque estamos falando de centenas de milhões de dólares", declarou Barbosa.
"A primeira coisa que temos que fazer é ver o que fizemos de errado e como podemos melhorar as ações conjuntas" em caso de outra pandemia, afirmou Fernández.
Segundo o funcionário americano, a América Latina, com 8% da população mundial, registrou 30% dos óbitos por covid-19.
A Opas ressaltou que a América Latina enfrenta um panorama epidemiológico complexo, devido à persistência das doenças transmissíveis, ao risco de surtos e epidemias e aos efeitos das mudanças climáticas.
"Aprendemos que, diante de ameaças em escala global, é necessário fazer mais que a preparação individual de cada país", disse o ministro da Saúde do Panamá, Luis Fernando Sucre.
FONTE: Estado de Minas